
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Dezenas de pessoas ligadas ao MST saíram de São Jerônimo na manhã desta terça-feira (22) em direção a Porto Alegre, em uma marcha estadual para demandar terras improdutivas para assentamentos da reforma agrária. Com o slogan "Para o Brasil alimentar, reforma agrária popular", o grupo prevê concluir o trajeto em 10 dias.
Os militantes do movimento partiram por volta das 6h para o percurso de cerca de 90 quilômetros que é feito em sua maior parte pela BR-290. O trajeto inclui passagens por Arroio dos Ratos e Eldorado do Sul antes de chegar à Capital.
O pleito do MST é para o governo estadual indicar áreas usadas para pesquisas e que atualmente estão sem uso para instalação de trabalhadores rurais sem terra. Um dos lugares demandados para é o antigo horto florestal da CEEE, em Triunfo.
Inspirados pelo Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), a mobilização dos sem terra carrega a frase “nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”, dita pelo Sumo Pontífice, como um dos lemas da marcha.
O deputado estadual Adão Pretto (PT) acompanhou a saída do grupo em São Jerônimo, e fez cobranças para que o Estado ouça o pleito do MST:
— É inaceitável que o governo do Estado siga ignorando as demandas históricas do campo. Enquanto milhares de famílias aguardam o direito de produzir e viver com dignidade, terras públicas seguem abandonadas. A luta do MST é legítima, necessária e representa um clamor por justiça social que precisa ser ouvido — disse Pretto, que convidou movimentos e lideranças políticas para se juntarem à marcha.