Por Gabriel Souza, vice-governador do Estado
A situação das ferrovias no Rio Grande do Sul é uma das questões urgentes que enfrentamos, especialmente considerando que os trens operam a apenas 12 km/h — velocidade tão baixa que, se uma pessoa correr ao lado, chega antes. Estamos diante de uma concessão federal cada vez mais ineficiente, que afeta não apenas a logística e o transporte de cargas, mas também o desenvolvimento econômico do Estado.
Nos últimos anos, o RS perdeu metade da carga transportada pelo modal
A concessão da Rumo Malha Sul terminará em 2027, mas não podemos esperar até lá para ver melhorias e a reativação dos trechos danificados pelas enchentes. O governo do Estado, comprometido com o tema, contratou um estudo que traz dados que fortalecem nossa posição.
O diagnóstico revelou que, nos últimos anos, o RS perdeu metade da carga transportada pelo modal ferroviário. O aumento do custo do frete, resultante da maior dependência dos caminhões, também é indicativo claro de que o sistema ferroviário não está funcionando como deveria.
Décadas de concessão sem os devidos investimentos resultaram em equipamentos obsoletos e sucateados. Além disso, a extensão da malha da Rumo, que soma 3,8 mil quilômetros, apresenta operação limitada, com apenas 921 quilômetros em funcionamento após as cheias.
As ferrovias desempenham papel fundamental no turismo, especialmente em regiões como o Vale do Taquari. Por isso propusemos ao governo federal a separação dos trechos turísticos da concessão atual para que a associação de turismo da região assuma a gestão do trecho conhecido como Trem dos Vales, fortalecendo o setor e gerando empregos nessa área que foi tão impactada.
Devemos unir forças e trabalhar para que as ferrovias voltem a ser um canal eficiente para o transporte de cargas e com atratividade para o turismo gaúcho. Precisamos buscar a reativação e a modernização não só para atender à demanda atual, mas também para planejar um futuro da logística do Estado. Este modal tão importante exige um compromisso conjunto e não podemos perder a oportunidade de recolocar as ferrovias no trilho certo.