Em despacho nesta quarta-feira (6), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu que não é urgente decidir sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) de recolhimento domiciliar noturno do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e de prisão domiciliar da mãe dele, Marluce Vieira Lima. O ministro deu um prazo para as defesas de ambos se manifestarem sobre as medidas requisitadas.
Fachin atendeu, no entanto, o pedido de bloqueio de cerca de R$ 13 milhões que, segundo a acusação, teriam sido lavados por Lúcio, pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, pela mãe deles e por Luiz Machado, sócio da Cosbat Construção Engenharia, por meio de empresas do ramo imobiliário. A lavagem teria ocorrido em sete empreendimentos imobiliários relacionados à Cosbat, à GVL Empreendimentos, à M&M Empreendimentos e à Vespasiano Empreendimentos.
Os pedidos foram feitos pela PGR nesta segunda-feira (4), quando a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou por lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso das malas de R$ 51 milhões Geddel, Lúcio, Marluce, Machado, o ex-assessor parlamentar dos políticos, Job Ribeiro Brandão e o advogado Gustavo Couto Ferraz.
No mesmo despacho, o ministro do STF autorizou a abertura de um novo inquérito contra Geddel, Lúcio, Marluce e Afrísio Quadros Vieira Lima Filho, irmão dos políticos, para apurar suspeita de desvio de dinheiro público.
A PGR analisará se houve apropriação de até 80% dos salários de Brandão como assessor dos políticos na Câmara dos Deputados. O próprio ex-assessor fez a acusação. Ele é um dos denunciados no inquérito.
Procurado pela reportagem, o deputado Lúcio evitou fazer comentários sobre a decisão de Fachin.
— Não vi nada. É um desrespeito ao Judiciário eu me manifestar através do que a imprensa fala. O meu advogado só fala nos autos — desconversou o parlamentar.
A reportagem ainda não conseguiu contatar os demais alvos da decisão.