
O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Debaixo de fortes protestos de um plenário lotado por apoiadores e opositores, o vereador Juliano Souto (PL) pediu vista e adiou em 15 dias a votação do projeto de sua autoria, que institui o dia do patriota em Novo Hamburgo. O debate acalorado ocorreu durante a sessão de segunda-feira (7) à noite, quando a proposta seria votada em segundo turno.
A polêmica em torno do projeto se dá principalmente porque a data escolhida por Souto para celebrar o patriotismo é 21 de março, dia do aniversário do ex-presidente Jair Bolsonaro. A primeira etapa de votação foi realizada na sessão da última quarta-feira (2), quando a medida foi aprovada por sete votos a seis.
Mesmo com ambiente hostil, Souto foi à tribuna nesta segunda para requisitar o apoio dos colegas à proposta antes de recuar e pedir vista. O liberal argumentou que a celeuma só existe pelo fato de a data representar o aniversário de Bolsonaro, lembrando que "vários patriotas fazem aniversário em 21 de março", entre os quais citou Ayrton Senna e Ronaldinho Gaúcho.
— Existe dia para tudo. Mas quando é para o Dia do Patriota, que representa todos os que estão aqui, aí dizem que não pode — reclamou Souto.
O líder do governo Giovani Caju (PP) disse que alertou Juliano Souto sobre o "momento inadequado" para votar a proposta, já que Novo Hamburgo passa por situação de calamidade financeira. Mesmo assim, se declarou favorável à proposta:
— Não posso ser covarde nem mentir para mim mesmo.
Os petistas, da oposição, criticaram o projeto contestando o conceito de patriotismo apresentado, mas também rejeitaram o pedido de vista para adiar a votação.
— Esse pedido é um deboche com a cara de todo mundo que está aqui no plenário — reclamou a vereadora Luciana Martins (PT).