Em seu acordo de delação premiada, o doleiro Lucio Funaro disse que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) era como um "banco de corrupção de polítocos". Segundo a Folha de S.Paulo, o peemedebista "cedia" a quem pedisse.
— Eduardo funcionava como se fosse um banco de corrupção de políticos, ou seja, todo mundo que precisava de recursos pedia para ele, e ele cedia. Não precisava nem ir atrás de ninguém, fazia fila de gente atrás dele — disse o doleiro.
A Folha teve acesso à gravação do depoimento prestado por Funaro à Procuradoria-Geral da República em 23 de agosto. O acordo foi homologado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Funaro, entre 60% e 65% do valor de cada operação de propinas na Caixa Econômica Federal ficava com Geddel Vieira Lima, depois que assumiu a vice-presidência de Pessoa Jurídica do banco, em 2011.
— O resto eu e o Cunha "meiávamos" no meio ou eu dava 5% a mais para o Cunha e o resto para mim, dependia da operação e da necessidade de caixa que ele tinha — afirmou o doleiro.
Funaro classificou sua relação com Cunha como "muito boa" porque não se importava em destinar um valor maior ao ex-deputado do que a ele próprio para contemplar o seu "projeto político". Cunha está preso há um ano.