O casamento do PSDB com o Podemos está na fase do acerto de detalhes e será anunciado até o dia 30 de abril, mas os tucanos não migrarão em massa para o novo partido. Como os dois gostariam manter os nomes de solteiros, a solução salomônica será uma terceira denominação. O mais provável é que o partido resultante venha se chamar Juntos, manter o número 20 (do Podemos) e adotar o tucano como símbolo.
De acordo com o presidente do Podemos no Estado, Éverton Braz, a presidente nacional do partido, Renata Abreu, está tentando convencer os tucanos a aceitarem que o regime de casamento seja uma incorporação e não fusão. Pode parecer só um detalhe irrelevante, mas de acordo com Braz o problema é o estatuto do PSDB, considerado defasado em comparação com o do Podemos. Em caso de fusão, seria preciso escrever um novo estatuto.
Na interpretação de Renata Abreu, a fusão abriria caminho para que deputados dos dois partidos pudessem migrar para outro partido sem risco de perder o mandato. Se a opção for pela incorporação, apenas os tucanos poderão alegar incompatibilidade para sair.
Principal líder do partido no Estado, o governador Eduardo Leite está acertado com o PSD e deve assinar ficha tão logo seja anunciada a união do PSDB com o Podemos. Com Leite devem migrar para o PSD a ex-prefeita de Pelotas Paula Mascarenhas, hoje secretária de Relações Institucionais do governo, o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, o secretário de Sistemas Penal e Educativo, Jorge Pozzobom, ex-prefeito de Santa Maria e o deputado estadual Professor Bonatto.
O prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, vai acompanhar o governador. Em postagem no Instagram, Zaffa disse que quando foi para o PSDB se comprometeu a acompanhar Leite para onde fosse.
_ Há poucos dias, em um evento, eu disse ao governador que vou para onde ele for, a menos que ele me peça para ficar _ disse Zaffa, que se define como um homem de centro.
A deputada estadual Nadine Anflor e os federais Lucas Redecker e Daniel Trcziak tendem a optar pelo Republicanos, um partido sem grandes estrelas e que tem como meta aumentar sua participação no Legislativo em 2026.
No novo partido deve permanecer o presidente do PSDB de Porto Alegre, Moisés Barboza. Ainda não se sabe qual será o destino dos prefeitos de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, e de Santa Maria, Rodrigo Decimo.