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Apontado como recebedor de R$ 4 milhões da Odebrecht em proposta de depoimento de ex-executivo da empreiteira, o Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, negou que tenha obtido recursos por meio de caixa 2 durante as eleições de 2014. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o ministro também rebateu a informação, divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que teria pedido ao lobista Lúcio Funaro para que entregasse R$ 1 milhão da Odebrecht ao ex-assessor especial do presidente Michel Temer, José Yunes.
"Não fui candidato em 2014. Eu não tinha, pessoalmente, nenhum interesse na eleição. Trabalhei como alguém que trabalha nas eleições. Não pedi e não recebi dinheiro de ninguém", disse.
Padilha é citado 45 vezes no acordo de delação premiado do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Claudio Melo Filho. Segundo o delator, o ministro teria recebido R$ 4 milhões da empresa para distribuir a candidatos do PMDB, enquanto outros R$ 6 milhões teriam sido destinados à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo. Os valores teriam sido pedidos por Temer a Marcelo Odebrecht. O Planalto, entretanto, afirma que os recursos foram doados legalmente ao partido e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Sem disputar cargos, o Chefe da Casa Civil confirmou que foi procurado por políticos do Rio Grande do Sul para intermediar o recebimento de recursos do diretório nacional do partido.
"O PMDB recebeu R$ 10 milhões da Odebrecht na conta do partido, foi prestado conta ao STE, as contas foram aprovadas e esse dinheiro foi distribuído, inclusive, para alguns candidatos do Rio Grande do Sul", afirmou.
Sobre o andamento das investigações relacionadas à Operação Lava Jato, o ministro afirmou que "o governo não pode parar". Padilha classificou as informações relativas à delação como "versões incipientes" e afirmou que, após serem homologadas pelo ministro do STF, as acusações ainda precisam passar pela Procuradoria-Geral da República, que avalia a necessidade de abrir inquérito e denunciar políticos com suposto envolvimento em crimes.
"Estamos falando de algo que tem um caminho muito longo pela frente", ponderou.