
A fala do presidente Lula de que estava escalando uma "mulher bonita" para melhorar a relação com o Congresso não passou despercebida na Câmara de Caxias. Foi criticada por vereadores nesta quinta-feira (13) e acabou gerando um desconforto justamente entre duas parlamentares: Andressa Marques (PCdoB) e Marisol Santos (PSDB).
Em aparte concedido por Calebe Garbin (PP), Andressa afirmou:
— Quando Bolsonaro falava um monte de bobagem, nós íamos para cima, com certeza. E, da mesma forma, precisamos advertir o presidente Lula de que foi infeliz.
Marisol reagiu e disse considerar a declaração de Lula "o fim do mundo, independentemente de quem fale".
— Ouvi agora a vereadora Andressa dizer: quando era o Bolsonaro nós partíamos para cima. Quando é o presidente Lula, nós temos que advertir. Não pode ser, nós temos que partir para cima em qualquer uma das situações — afirmou.
Andressa procurou Marisol para conversar ao fim da sessão.
Aparando as arestas
Também houve conversa em particular entre os vereadores Daniel Santos (Republicanos) e Claudio Libardi (PCdoB). O diálogo ocorreu após Santos reagir à manifestação de Libardi na sessão de terça-feira (11).
Já no fim da sessão desta quinta, o representante do Republicanos, que preside a Comissão de Constituição, Justiça e Legislação (CCJL), disse ter ficado chateado quando Libardi declarou que estava sendo "profundamente desrespeitado pelo presidente da comissão". A reclamação era com relação à não realização de reuniões para debater os pareceres dos projetos.
Santos, que estava em Brasília na terça-feira, disse que sempre esteve disponível para conversar e que serão realizadas reuniões semanais. Ele alertou, porém, que a tramitação dos pareceres será mais demorada.
Nada pessoal
Em resposta, Libardi disse se sentir desrespeitado devido ao descumprimento do regimento interno da Câmara, mas que não era uma questão pessoal. Ele acrescentou, contudo, que houve várias solicitações de reuniões até culminar na declaração de terça-feira.
Cobrança por projeto
A oposição tem cobrado na tribuna da Câmara o envio, por parte do Executivo, do projeto de lei para equiparação de salário para servidores que cumprem a mesma função. A alteração na legislação foi um compromisso do prefeito Adiló Didomenico (PSDB) com o Sindiserv, sindicato que representa os servidores.
Em janeiro, a entidade chegou a aprovar a proposta da prefeitura. O envio do projeto também está na pauta de reivindicações do Sindiserv para a campanha salarial deste ano. A prefeitura disse que o projeto está em tramitação e não informou um prazo para envio ao Legislativo.