Chamou a atenção a participação do ex-vereador e ex-deputado federal Mauro Pereira (MDB) junto à comitiva presidencial na Cúpula do Mercosul , em Bento Gonçalves. Ao Pioneiro, Mauro falou de sua amizade com o presidente Jair Bolsonaro, com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e sobre seu futuro político.
Confira a entrevista:
Sua participação na cúpula do Mercosul, como surgiu a oportunidade? Foi convite? O senhor se dispôs?
Nesses quatro anos que eu fiquei em Brasília como deputado, como nunca tive nenhuma falta, consegui ganhar muitas amizades e respeito das pessoas. O presidente Bolsonaro, na época deputado federal Bolsonaro, ele sempre foi meu amigo, assim como o Eduardo. Eu e o Bolsonaro sempre tivemos as mesmas ideias, as mesmas convicções. Na última semana, encontrei o ministro Onyx Lorenzoni e comentei com ele sobre a ida ao Mercosul. Eu disse como o trabalho era importante, que eu trabalho na questão da reforma tributária e vão me contratar também para o acordo Mercosul com a União Europeia, disse que gostaria muito de ir neste encontro, mas não poderia ir porque as passagens eram muito caras. Então ele disse: "Não,então vamos,você vai junto conosco". Ele deve ter falado com Bolsonaro e autorizaram eu ir na comitiva do presidente. Baseado no trabalho que fiz nos últimos anos e nas amizades.
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O que pode dizer do presidente, já que esteve próximo.
Tive bastante contato. Conversei com ele sobre o governo. Ele está muito feliz, muito contente, ele respeita o trabalho que o (ex-) presidente (Michel) Temer fez. Diversas vezes ele já valorizou, não deixa de comentar o que o presidente Temer fez pelo país. Ao mesmo tempo, eu vejo nele, a mesma autenticidade que ele sempre teve.
Mantém contato com o ex-presidente Temer?
Eu não falei mais com ele. Depois que aconteceu aquela prisão que durou dois dias, ele não tem mais o mesmo número de celular. Esses dias ele mandou mensagem para mim me cumprimentando, eu cumprimentei ele. Ele está cuidando dos problemas dele.A gente não incomoda, eu também não quis saber o número dele. Neste momento que ele está sub judice, ele não quer falar com ninguém.
Mas o senhor se considera amigo dele?
Sim, sempre fui amigo dele. Mas depois que ele foi preso não falei mais com ele, porque ele foi para o anonimato.
Num cenário hipotético, se Bolsonaro ou Temer concorressem, em quem o senhor votaria?
Com 62 anos, eu não passo mais falar de cenários hipotéticos.
O que o senhor faz exatamente em Brasília, especificamente na questão da reforma tributária?
Brasília, primeiro, sou deputado federal,nunca mais na vida vou deixar de ser deputado federal. Está na Constituição.Vim para cá (cúpula do Mercosul) como deputado. Se você olhar na mesa, é deputado federal...
Mas especificamente, sobre a participação no gabinete...
Acontece o seguinte: lá, o maior trabalho nosso é diálogo. Você conversa com prefeitos, entidades, empresários. Pessoas... Por exemplo, setor vitivinícola está apavorado porque a carga do vinho e do espumante chega a 62% de impostos. Então tem diálogo direto com esse setor, e na Câmara, quando começa o dia, o meu trabalho é atender, é receber, é levando para falar com ministro, para falar com secretário de ministérios. Minha função é relacionamento.
O senhor faz questão de se manter próximo de presidentes e do alto escalão do governo, mesmo quando não possui cargo eletivo. Por quê?
O que é um deputado federal? É representante da sociedade pela qual ele representa. Para conseguir recursos, para fazer uma lei, para atender a sua região, só tendo bom relacionamento, com ministros, servidores públicos e presidentes. Quando fui para lá, eu era oposição à Dilma Rousseff (PT), e bota oposição nisso, duvido alguém que foi mais oposição que eu. Mas se olhar um ano e meio as votações, dificilmente votei contra a Dilma.Temos que votar pelo Brasil, ajudar o Brasil. Aí depois entrou o presidente Temer, continuou igual.
Ainda assim, há críticas de pessoas que alegam que o senhor estaria “pendurado” no poder.
Eu respeito a opinião de todo mundo. Que Deus ilumine a cabeça dessas pessoas que têm essas opiniões, que Deus ajude essas pessoas que falam mal de mim. Eu recebo um salário da população para trabalhar. Para se ter uma ideia, eu, nesses três anos e seis meses que fiquei como deputado federal, eu trouxe R$ 62 milhões só para a nossa região,além de viabilizar projetos como aquela duplicação da BR-116 (próximo ao bairro Planalto).Tudo baseado na amizade e no respeito às pessoas.As pessoas que falam mal de mim, me criticam, que Deus ilumine eles, que tenham saúde para ver meu trabalho e continuem me criticando. Eu sou o Mauro trabalhador.
Pretende concorrer a vereador? Qual seu futuro político?
Meu futuro político só a Deus pertence. Sou do MDB, meu nome está à disposição do partido para tudo. Se eles acharem que eu deva ser candidato a prefeito também, eu posso ser candidato a prefeito. Mas o partido vai decidir a minha vida. Sou um soldado do partido. Agora, o partido só vai me chamar para ser alguma coisa se eles entenderem que a sociedade quer também, senão não.
Perdeu popularidade nos últimos anos?
As pessoas que falavam mal de mim, era tudo mentira. A reforma trabalhista, a CUT e a CTB fizeram outdoor meu dizendo que estávamos tirando direito dos trabalhadores. A única coisa que tiramos foi a obrigatoriedade da contribuição sindical. Falaram que eu votei contra os aposentados, poxa, a votação foi agora neste ano. Falaram muita mentira minha, é lógico que pegou.