O prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT), voltou da Alemanha convencido da viabilidade de implantação de uma usina termelétrica a partir da queima do lixo. O modelo que conheceu em Bremen (empresa SWB) é praticamente igual ao da Coreia do Sul, onde esteve em julho do ano passado.
Alceu pediu a uma equipe técnico-jurídico da prefeitura que acelere a elaboração de um projeto para viabilizar a licitação da usina. Ele ressalta, porém, que é necessária a liberação por parte da Fepam.
- Tem que fazer o estudo técnico. Quando montar o processo de licitação, tem que ser um que a gente saiba que a Fepam vai autorizar - frisa o prefeito.
Alceu mudou de ideia em relação a um consórcio de municípios para a construção. Com base no funcionamento da empresa em Bremen, ele explica:
- Tem que licitar e uma empresa privada implanta o sistema e explora, mediante condições a serem fixadas em lei. Um percentual do faturamento de energia por tonelagem de lixo fica para o município. A Codeca continuaria sendo responsável pelo recolhimento do lixo. Vim convencido. Tenho dois exemplos que funcionam, e funcionam bem. Vou pedir para acelerarmos e fazer um projeto para apresentar à Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e Caxias com o modelo que queremos.
A ideia é que os municípios da região, integrantes da Amesne, enviem o lixo para a usina que seria construída em Caxias. Comparando os dois modelos visitados, Alceu explica que o da Alemanha produz energia elétrica, distribuída diretamente na rede. Dos resíduos que sobram são feitos asfalto e tijolos. Na Coreia, trabalham apenas com o vapor, vendido e distribuído por redes para residências, pontos comerciais e indústrias, embora também tenham tecnologia para produzir energia.
A SWB tem quatro caldeiras, onde é feita a queima de cerca de 1,5 mil toneladas de lixo/dia, produção local e de vários países da Europa.
- Vai para lá lixo empacotado de vários países da Europa. Estão ganhando muito dinheiro com isso. O lixo orgânico, hospitalar e industrial é queimado junto.
O custo da usina de Bremen, com cinco andares, é de 180 milhões de euros. Para Caxias e região, o que deve totalizar 600 toneladas de lixo/dia, o prefeito acredita que uma usina com duas caldeiras seria suficiente. O custo gira em torno de R$ 400 milhões.
- Eu não tenho esse dinheiro para fazer, mas lá a empresa é 100% privada. A prefeitura a contrata para fazer a queima do lixo. Além de se ver livre dele, recebe um percentual.
O grupo que está desenvolvendo os estudos é formado pelo diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), Valter Webber, o chefe de Gabinete, Edson Néspolo, o secretário do Meio Ambiente, Adivandro Rech, o secretário de Obras, Adiló Didomenico, e o procurador-geral do município Victório Giordano da Costa.
Meio ambiente
Prefeito de Caxias, Alceu Barbosa Velho, quer rapidez nos estudos para implantar usina termelétrica de lixo
Ao retornar da Alemana, prefeito determinou que um grupo técnico-jurídico elabore projeto com todas condições de ser aprovado pela Fepam
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