Há exato meio século, o Brasil era surpreendido por um golpe militar que durou 21 anos e deixou um saldo de 214 mortos e 148 desaparecidos. Nesta segunda-feira, várias atividades estão previstas no município, no Estado e no Brasil, para relembrar a história e discutir soluções para que os métodos cruéis usados naqueles governos jamais se repitam.
Um dos eventos é um ciclo de debates na UCS (confira abaixo todas as atividades). Tudo para que a memória não seja esquecida, já que grande parte da população nasceu após a deposição à força do presidente João Goulart, na madrugada daquele 31 de março de 1964.
Dos cerca de 200 milhões de pessoas vivendo no Brasil, 160 milhões nasceram após 1º de abril de 1964, quando o novo regime já estava vigorando. Ou seja, apenas um em cada cinco dos brasileiros de hoje estava vivo quando o golpe militar derrubou o presidente João Goulart.
E só um em cada 10 tinha idade suficiente para entender o que se passava. Os outros 90%, se sabem do golpe, é porque leram nos livros.
Como a ditadura durou 21 anos, parte da geração nascida nos anos 1960 também viveu as consequências políticas imediatas do golpe. Mas, mesmo entre esses, poucos anos separam os que não puderam, por exemplo, exercer o direito de votar para presidente, pela falta de democracia, dos que puderam.
Um exemplo é o prefeito paulistano Fernando Haddad, que tinha um ano quando a democracia foi interrompida no Brasil. Em 1982, com 19 anos, pôde votar pela primeira vez, para governador. Mas levaria mais sete anos até que pudesse escolher o presidente. Em 1984, a eleição presidencial foi indireta. Haddad militava no movimento estudantil e participou da campanha das Diretas, Já. A emenda constitucional não passou e ele só pôde votar para presidente aos 26 anos de idade, na eleição de Fernando Collor, em 1989.
OS EVENTOS
Segunda-feira
Ciclo de Debates 50 anos do Golpe Civil-Militar no Brasil: História e Memória
De hoje a quarta-feira, no Auditório do Bloco H da UCS
Inscrições a R$ 10 neste site: www.ucs.br/site/eventos/50-anos-do-golpe-civil-militar-no-brasil
Câmara de Vereadores de Caxias
A TV Câmara (canal 16 da NET) vai reprisar, ao longo desta semana, o painel Caxias na Resistência da Ditadura, que ocorreu durante a Semana dos Direitos Humanos, em dezembro do ano passado
Seminário 50 anos do Golpe Militar - Cultura, Democracia e Sociedade
No teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, das 9h às 18h, promovido pelo Fórum da Democracia
Seminário 50 Anos do Golpe de 1964, 50 Anos de Impunidade
No Salão de Atos da UFRGS, às 18h45min, promovido pela Comissão da Verdade
Terça-feira
Aula pública, no Memorial dos Desaparecidos
Às 10h30min, na Avenida Ipiranga com a Avenida Edvaldo Pereira Paiva, na Capital
Ato pela legalidade contra o Golpe de 1964
No Palácio Piratini, às 17h30min
Quarta-feira
Grande Expediente na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
O tema será 50 anos do Golpe de 64: para que jamais se esqueça, para que nunca mais aconteça
Quinta-feira
Seminário 50 anos do golpe civil-militar de 1964
No Plenarinho da Assembleia, das 19h às 22h
História
Eventos marcam os 50 anos do golpe militar, em Caxias do Sul, no Estado e no país
Um deles é um ciclo de debates na UCS, que discutirá a história e a memória
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