
A técnica em enfermagem Raquel Pereira, que trabalha na Unidade Básica de Saúde (UBS) Fátima Baixo, fez o primeiro atendimento à professora que foi esfaqueada por estudantes em Caxias do Sul nesta terça-feira (1º). A docente, que teve ferimentos na cabeça, no pescoço e nas mãos, tem quadro de saúde estável.
Raquel conta que ouviu gritos de alunas da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Zorzi. As meninas batiam na porta do postinho pedindo socorro. Ao menos 10 estudantes foram até a UBS após deixar a escola.
— Não dava pra entender o que elas diziam, estavam apavoradas e gritavam muito. Aí uma delas disse: "Mataram a profe"— conta.
Nesse momento, os profissionais de saúde da UBS pegaram os materiais de primeiros socorros e foram para a escola. Segundo Raquel, a professora de inglês estava consciente:
— Ela tremia muito, estava assustada e dizia: "Eu não fiz nada para eles. Só me virei para dar aula".
Depois disso, os bombeiros e o Samu chegaram à escola e levaram a professora até o Hospital da Unimed. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a vítima está estável e não corre risco de morte.
Segundo informações da direção da escola, estudantes do sétimo ano seriam os responsáveis pela ação. São dois adolescentes de 14 e 15 anos e uma de 13. Eles são estudantes de longa data da instituição e fugiram após o ataque à professora.
Ainda segundo a direção, apesar do comportamento insubordinado, nunca teriam cometido agressões anteriormente.
A Polícia Civil fez a avaliação do local. Brigada Militar e Guarda Municipal fazem buscas pelos estudantes. A adolescente já foi apreendida.
Nota da Smed
Por volta de 15h, a Secretaria Municipal da Educação enviou uma nota oficial onde informa que os alunos envolvidos no episódio já vinham sendo acompanhados pela escola. Confira na íntegra:
"A Secretaria Municipal da Educação (Smed) informa que está dando todo suporte à comunidade escolar diante do ocorrido nesta terça-feira (01.04) na EMEF João de Zorzi.
Neste momento a preocupação é com o bem-estar de estudantes e professores. A Smed informa ainda que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir o acolhimento dos envolvidos.
O diretor administrativo da Smed, André da Silveira, acompanhado pelas equipes Psicossocial e Cipave, está na escola prestando atendimento aos profissionais da escola e aos estudantes.
Os alunos envolvidos no episódio já vinham sendo acompanhados pela escola, e, após o ocorrido, a equipe da Smed seguirá monitorando a situação e providenciando os encaminhamentos necessários."