
Três adolescentes foram apreendidos pela Brigada Militar por suspeita de esfaquear uma professora de inglês na tarde desta terça-feira (1º), em Caxias do Sul. O caso foi registrado na Escola Municipal de Ensino Fundamental João de Zorzi, no bairro Fátima Baixo.
Segundo a Brigada Militar, o trio, que tem 13, 14 e 15 anos, teria quebrado câmeras de vigilância e, em seguida, agredido a professora com golpes de faca. A docente, que teve ferimentos na cabeça, no pescoço e nas mãos, foi socorrida ao hospital e tem quadro de saúde estável. A menina, de 13 anos, foi liberada após prestar depoimento, os outros dois a
Conforme o vice-diretor da escola, Gabriel Boff, estudantes da turma deixaram a sala assustados e gritando, relatando que a professora foi atacada. Neste momento, Boff abriu um dos portões, e os alunos saíram e se abrigaram na Unidade Básica de Saúde (UBS) Fátima Baixo, vizinha da escola.
A técnica em enfermagem Raquel Pereira, que trabalha na UBS, conta que ouviu gritos de alunas. As meninas batiam na porta do postinho pedindo socorro.
— Não dava pra entender o que elas diziam, estavam apavoradas e gritavam muito. Aí uma delas disse: "Mataram a profe"— diz.
Os profissionais de saúde da UBS pegaram os materiais de primeiros socorros e foram para a escola. Segundo Raquel, a professora de inglês estava consciente:
— Ela tremia muito, estava assustada e dizia: "Eu não fiz nada para eles. Só me virei para dar aula".
Depois disso, os bombeiros e o Samu chegaram ao local e levaram a professora até o Hospital da Unimed. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a vítima está estável e não corre risco de morte.
Pais e responsáveis foram buscar os estudantes na escola. A Polícia Civil também esteve na instituição para avaliar o local do crime.
Investigação vai apontar se ação foi premeditada
O delegado regional da Polícia Civil na Serra, Augusto Cavalheiro Neto, diz que as informações preliminares indicam que o ataque foi premeditado, mas isso será confirmado pelo inquérito. Os pais dos adolescentes já foram localizados e também serão ouvidos no inquérito.
Uma equipe da delegacia também analisou as câmeras de segurança da sala de aula, que não estariam funcionando no momento da ação.
— Existem câmeras dentro da escola. Só não sei se as câmeras filmaram ou captaram o momento do ataque — afirma.
Aulas suspensas
Após o episódio, a secretária da Educação de Caxias do Sul, Marta Fattori, anunciou a suspensão das aulas em toda a rede municipal nesta quarta-feira (1º), como forma de apoiar a professora.
— Acho que é bom dar uma parada. A gente precisa repensar algumas coisas e pedir apoio à sociedade, porque a gente precisa preparar essas escolas para que essas situações não ocorram — comenta.
Como foi o ataque
- Segundo a Brigada Militar, o trio, que tem 13, 14 e 15 anos, teria quebrado câmeras de vigilância e, em seguida, agredido a professora com golpes de faca
- Conforme o vice-diretor da escola, Gabriel Boff, estudantes da turma deixaram a sala assustados e gritando e relataram que a professora foi atacada
- Neste momento, ele abriu um dos portões. Os alunos saíram e buscaram ajuda em uma unidade de saúde próxima à escola
- A técnica em enfermagem Raquel Pereira, que trabalha na Unidade Básica de Saúde (UBS) Fátima Baixo, fez o primeiro atendimento à professora
- Nesse momento, os profissionais de saúde da UBS pegaram os materiais de primeiros socorros e foram para a escola. Segundo Raquel, a professora de inglês estava consciente
- Depois disso, os bombeiros e o Samu chegaram à escola e levaram a docente até um hospital. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a vítima está estável e não corre risco de morte
Nota da Smed
Por volta de 15h, a Secretaria Municipal da Educação enviou uma nota oficial onde informa que os alunos envolvidos no episódio já vinham sendo acompanhados pela escola. Confira na íntegra:
"A Secretaria Municipal da Educação (Smed) informa que está dando todo suporte à comunidade escolar diante do ocorrido nesta terça-feira (01.04) na EMEF João de Zorzi.
Neste momento a preocupação é com o bem-estar de estudantes e professores. A Smed informa ainda que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir o acolhimento dos envolvidos.
O diretor administrativo da Smed, André da Silveira, acompanhado pelas equipes Psicossocial e Cipave, está na escola prestando atendimento aos profissionais da escola e aos estudantes.
Os alunos envolvidos no episódio já vinham sendo acompanhados pela escola, e, após o ocorrido, a equipe da Smed seguirá monitorando a situação e providenciando os encaminhamentos necessários."