Dentro de campo, o clássico Ca-Ju 289 deste sábado (1º), no Estádio Centenário irá reunir duas equipes que estão com seis pontos na tabela e que hoje estariam classificadas às semifinais do Gauchão 2025. Mas, fora dele, a disputa deu lugar à união entre os dois clubes.
Para celebrar os 90 anos do maior clássico do Interior gaúcho, os presidentes Roberto de Vargas, do Caxias, e Fábio Pizzamiglio, do Juventude, decidiram abraçar uma ideia que ganhou força durante a semana. E os dois externaram isso em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
— A gente está imbuído de fazer um clássico diferente, um clássico que a gente batizou de "Ca-Ju da Paz". Então, eu acho que a minha função é trazer, montar um time, preparar o estádio, conversar com o irmão, preparar a torcida e depois acho que só Deus sabe — apontou De Vargas.
Além de selar a paz entre os clubes, o acordo firmado entre os dirigentes fez com que um lote de 10 mil ingressos promocionais, ao valor de R$ 50 fosse colocado à venda para as duas torcidas, sem limite para os alviverdes.
— A ideia é que a gente fizesse um pré-clássico, que a gente pudesse incentivar as nossas torcidas a uma cutucar a outra. A gente sabe que pela capacidade do Centenário e do Jaconi, dificilmente a gente consegue lotar num clássico. E quem reclama disso, vai reclamar do Roberto porque liberou um espaço maior, ou vai reclamar de nós ali, é reclamar por reclamar. Os clubes precisam de renda, os clubes precisam do apoio de sua torcida — lembrou Pizzamiglio.
O acordo prevê que na 1ª fase do Gauchão 2026, no clássico Ca-Ju do Alfredo Jaconi, o acordo seja mantido. E se as duas equipes voltarem a se enfrentar em 2025 em outra fase, os dirigentes se reunirão e vão decidir como proceder na venda de ingressos.
— Muitas vezes a torcida reclama, por que liberou tal área lá? E quando vê, tem meio estádio vazio. A gente não quer isso. Nosso objetivo é um clássico com público alto, com as duas torcidas presentes, gritando, incentivando seus times, obviamente sem brigas, sem maiores problemas, que seja um clássico exemplo. Que seja um clássico que realmente seja o segundo maior clássico do interior do Brasil, que a gente faça valer isso com a torcida em campo — comentou Pizzamiglio.
Para o presidente grená Roberto de Vargas, as ações de sábado iniciarão bem antes do que o clássico.
— O objetivo é trazer de volta a família para dentro do estádio. Nós vamos fazer uma festa bonita, esperamos que a torcida do Juventude também pense em fazer uma festa bonita pra engrandecer e levar mais gente. Vamos fazer um esquenta a partir das 18h, com um grupo de pagode (Grupo Afim) e o rapper (Chiquinho Divilas). Inclusive dei a ideia de que a música composta pelo rapper seja cantada no intervalo — revelou De Vargas.
Favoritismo
E quanto ao assunto mais importante, quem vence o jogo dentro das quatro linhas, Pizzamiglio preferiu ser político.
— Clássico nunca tem favorito. Já foram vários anos que essa disparidade, às vezes pra um lado, às vezes pro outro, é que o clássico sempre se iguala, como no ano passado quando todo mundo dizia que o Juventude estava muito melhor e que era o favorito e tudo mais e o Caxias se mostrou melhor e saiu na frente, depois conseguimos empatar — recordou Pizzamiglio.
Já Roberto de Vargas jogou a responsabilidade pela vitória para o lado alviverde.
— No ponto de vista do Caxias, a tendência é o Juventude ser o favorito. Tem uma folha de milhões, entendeu? Então, a nossa humildade é em reconhecer o favoritismo do Juventude, mas vamos brigar muito dentro do campo — mencionou De Vargas, que finalizou:
— Vamos jogar juntos e a parte boa que vai ficar, além da torcida, além do resultado, é que nós juntos temos mais peso do que separados.