Um dos desejos de Maria Helena Balen, que morreu na madrugada desta quarta-feira, era que em seu velório o caixão fosse fechado. Na sala A do Memorial São José, junto com uma foto, está o escrito de sua autoria: "Gostei tanto de viver que se me deixarem, eu volto". A frase sintetiza a personalidade da escritora que morreu na madrugada desta quarta-feira, aos 76 anos, vítima de câncer de mama. Ela deixa três filhos e cinco netos.
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A filha mais velha, Jacqueline Balen, 51, conta que o câncer de mama surgiu há 17 anos. Depois de curada, a doença retornou há cerca de três e desenvolveu metástases. Maria Helena fez todo o tratamento em Porto Alegre, mas estava internada há pouco mais de 10 dias no hospital da Unimed.
- Ela era uma pessoa feliz, de bem com a vida, sem complicação, alto astral, não precisava de muita coisa para ser feliz. Uma pessoa simples, verdadeira, otimista - destaca Jacqueline.
Natural de Farroupilha, Maria Helena veio a Caxias para estudar, casou-se com Vasco Alceu Balen, falecido em 2009, e acabou ficando em Caxias desde 1962. Professora e cronista de diversos jornais da região, a escritora foi titular da Academia Caxiense de Letras em 1997, presidente da instituição de 1999 até 2001, cidadã caxiense em 2008 e patrona da Feira do Livro de Caxias em 2009, além de ter publicado diversos livros.
Dentre esses projetos, destacam-se as aulas de literatura que Maria Helena ministrava há mais de 10 anos na Penitenciaria Industrial de Caxias do Sul.
- Ela dizia que também tinha gente boa lá dentro - lembra Jacqueline.
De acordo com o filho caçula, Alexandre Balen, 45, a principal característica da personalidade de Maria Helena Balen era o amor pela vida.
- O que ela mais gostava era de viver. Gostava de literatura, estava sempre alegre, bondosa, bem carismática, se dava com todo mundo - acrescenta.
Maria Helena será cremada às 16h30min no Memorial Crematório São José de Caxias do Sul.
