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A conversa onipresente sobre calor. A temperatura incomum na região. As condições desiguais para enfrentar o fenômeno. A estiagem nos municípios. O desejo e o medo da chuva. O quase aniversário da enchente de maio. Os dias malucos, em que panetones e ovos de Páscoa dividem espaço nas prateleiras do super. A sensação de que o tempo passa rápido demais.
A chegada do Carnaval mesclada às reminiscências do fim do ano. O clichê de que 2025 começa, mesmo, na semana que vem. A Serra que não para nem em dias de festa. O feriadão apenas para alguns. As pessoas que trabalham com resquícios de glitter sobre a pele. A ode aos excessos.
As rainhas de bateria e a polêmica sobre a falta de samba no pé. A ocupação midiática dos espaços. A apropriação cultural. As musas trans e a discussão que evocam. O saudosismo dos bailinhos nos clubes. Os desfiles de rua deslocados. As águas de março. A melhor música brasileira de todos os tempos. O poema O Caçador de Esmeraldas, de Olavo Bilac.
A celebração da colheita. O filó com Miseri Coloni e Girotondo. A melhor safra de uva dos últimos anos. As mãos calejadas e pintadas de bordô. As imagens das parreiras que sempre comovem. A emoção dos produtores ao falarem sobre o resultado. O esforço recompensado. O ritual que se repete há várias gerações. O desafio de manter os jovens no campo. A tecnologia a serviço do agronegócio. A aprendizagem sobre a inteligência artificial. A herança europeia que ainda ecoa nos sotaques. O estigma que virou orgulho. O trabalho como construção da identidade. A fatura e o exorcismo da fome atávica. A expectativa para a celebração dos 150 anos da chegada dos antepassados.
A cidade multicultural, que custa a se reconhecer como tal. O desafio de acolher as diferenças. A necessidade de ampliar horizontes. O bento-gonçalvense na bateria da Estácio de Sá. O desfile na Sapucaí. A despedida da Paolla Oliveira. O corpo feminino cheio de curvas. A dicotomia entre manter e quebrar o padrão de beleza. As adeptas e defensoras em ambos os lados. A possibilidade de bancar o que se é.
A sobriedade da Fernanda Torres. O sentimento de Demi Moore ao dar vida à própria história. A aposta do New York Times. O recado retumbante de Ainda Estou Aqui. Os mais de 5 milhões de espectadores no país. A expectativa pelo Oscar. A vingança por O Quatrilho. A oportunidade de lembrar Pozenato. Os estudos sobre regional e universal. O autocentrismo. A necessidade de olhar para o outro. O Pix por aproximação. A tentativa de ficar perto na vida real. A Quarta-Feira de Cinzas que sempre chega. A vida que se espalha e recomeça.