Seu Dante, que cara sisuda o senhor tem! Parece até que ainda está no inferno. Vá lá, abra um sorriso, homem! Nem que seja para alegrar o paraíso de sua vida, esta bela Beatrice, aqui no banco sentada. Nem assim? Hum, tanto tempo preso no bronze desse monumento dá nisso: sorriso travado. E ainda tem esse porte medieval, carrancudo. Quando vim ao mundo, nas páginas de um jornal, há cem anos, o senhor já estava aqui na praça fazia dez. Imponente no busto, como cabia ao poeta máximo da Itália e patrono deste sítio central da cidade formada por colonos italianos. Praça Dante Alighieri! Não era para estar mais feliz com essa honraria, meu patrício?
SERIEDADE E GRAÇA
Notícia
Quando Dante abre um sorriso
No encontro imaginário entre um poeta e um trapalhão, a arte de conciliar opostos na criação de uma identidade
Nivaldo Pereira
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