Fui criado em uma família com cinco mulheres. Desde cedo recebi uma educação que não fazia diferença entre o reconhecimento das capacidades determinadas por gênero. Apesar de serem as décadas de sessenta e setenta e morarmos em uma área rural, quase sem acesso a livros que pudessem confirmar a maior das obviedades: se há alguma “desigualdade” entre os sexos, ela se restringe à força física. Com o passar dos anos, pesquisei como se deu a construção histórica do fato ainda prevalecente hoje: a da nossa pseudo-superioridade. Pela imposição do olhar discriminador e de falsas crenças, criou-se no imaginário coletivo a ideia de alguns terem o direito de ditar normas de caráter inquestionável sobre os demais. Essa distorção deve levar em conta o pressuposto de pais e mães (sim, elas podem ser profundamente machistas) reproduzirem através das gerações uma visão tão equivocada. Felizmente, muitos já se propõem a desmontar verdades presas ao hábito e à repetição. Mas é um trabalho árduo e nem todos estão dispostos a rever seus comportamentos à luz de uma nova perspectiva.
Trabalho árduo
Opinião
Homens, sejamos feministas
Somos o produto de nossa época, porém é fundamental compreender o processo temporal como determinante para o pensamento humano
Gilmar Marcílio
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