Demoramos para perceber, mas uma das grandes tarefas na vida é admitirmos que, a partir de determinado momento, alguns limites se impõem quase sem percebermos. Variam para cada pessoa, mas dificilmente chega-se à velhice sem passar por provações de ordem física ou emocional. O corpo dá sinais de estar “falhando”. Felizmente, com os magníficos recursos que a medicina disponibiliza, alonga-se a chegada desse tempo, quando precisamos vigiar a nossa fisiologia. O estado de observação constante e o reconhecimento do itinerário como parte do processo existencial pode nos ajudar na aceitação da efemeridade humana. Somos matéria perecível, mudando somente a data de validade. Pequenos lapsos de memória, a necessidade do uso de óculos para a leitura, menos resistência para percorrer longas distâncias. Não pretendo imprimir tons de desânimo a esse texto. Simplesmente me dou conta do que é inerente e passível de ser compreendido se alicerçado pela expansão da consciência. Nada disso acontece só com os outros, como pensamos no esplendor da juventude. Essa percepção se dá, no entanto, na sua devida hora, ao se tornarem manifestos os indícios de vulnerabilidade.
Provações
Opinião
Aceitando os limites
O novo só surge quando o velho cede seu lugar
Gilmar Marcílio
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