Um dos assuntos mais difíceis de se tratar é o da infidelidade. Espécie de tabu, costuma ser vivido silenciosamente, cercado de medo e da sensação de culpa. É assim em quase todas as sociedades. As mulheres são as que sofrem as piores sanções. Segundo uma reportagem, no Império Bizantino eram vendidas nas praças. Na Europa medieval tinham o rosto desfigurado, o nariz cortado, olhos e lábios arrancados. Hoje, em certas regiões da África, são castradas e seu útero retirado. Inacreditável! Raramente houve punição aos homens: eram vistos como potentes e viris, recebendo olhares de cumplicidade (e de admiração) de seus pares. Nunca houve igualdade neste quesito. Não pretendo fazer a defesa dessa vivência, mas simplesmente analisar sem uma conotação moralista algo tão presente no relacionamento de tantos casais. Sabemos da impossibilidade de encarcerar o desejo. A religião e a vigilância social e política tentam, mas o máximo que conseguem é projetar algumas sombras sobre essa verdade. A passagem dos anos ao lado de uma mesma pessoa tende a arrefecer o prazer sexual, mesmo com a permanência do carinho e do apreço. Com sorte, é possível transformar a paixão (e o amor) em uma bela amizade. É fato inconteste e evitemos lamentar essa transição.
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Infidelidade
. Não pretendo fazer a defesa dessa vivência, mas simplesmente analisar sem uma conotação moralista algo tão presente no relacionamento de tantos casais
Gilmar Marcílio
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