Exercitamos com severidade a crítica e nos contemos no elogio. Acredito que se invertermos essa equação estaremos propensos a qualificar os relacionamentos. Tenho tentado me manter fiel a este ensinamento do filósofo Espinosa: “Não zombar, não lamentar, não detestar, mas compreender.” Nunca sabemos os motivos implícitos nas intenções alheias, pois são filtrados pela interioridade. Porém, achamos normal contar com a tolerância dos demais, sem nos comprometermos a agir da mesma maneira. Além disso, alimentamos o desejo de encontrar a reciprocidade das nossas sensações e atos, apostando na maravilha de um mundo em que todos professem ideias e sentimentos semelhantes. Para mudar essa percepção precisamos de disciplina e camadas de tempo, resultando num ampliar de consciência. Na juventude, essa é uma hipótese desconsiderada. Faz parte do processo de formação da personalidade. Ruim é quando, no transcorrer dos anos, sedimentamos com rigidez e inflexibilidade tal postura. Para seguir caminho diverso será necessária uma autoanálise, levando-nos ao confronto com lados obscuros, geralmente camuflados.
Construção
Notícia
Compreender
Somos seres perecíveis, como todos os sistemas presentes no planeta. Aproveitemos, portanto, o tempo das benesses e da plenitude
Gilmar Marcílio
Enviar email