Fica bem mais fácil dividir a humanidade (em especial as pessoas com quem convivemos) somente em duas categorias: as boas, com as quais apreciamos estar, e as más, que são aquelas que adoramos condenar tudo o que fazem, pouco importando o que digam ou até pensem. Existe alguma coisa mais errada do que isso? Porque ninguém, absolutamente ninguém, é esse bloco maciço de virtudes ou de defeitos. Somos todos híbridos, pendemos ora para um lado, ora para outro, conforme as circunstâncias. Claro, existe o que chamamos de inclinações, e são elas que definem a maioria dos nossos comportamentos. Não estou me referindo aqui a exemplos limítrofes. Há, sim, espécies humanas que flertam com a santidade e outras com o demoníaco. No mais, o que vemos por aí são homens e mulheres que reagem emocionalmente conforme o que lhes é apresentado. Uma soma de tendências que oscila segundo o caráter e a capacidade de reagir diante de situações que testam a aptidão de manter a velha e boa neutralidade. Ao agir assim nos tornamos aptos a manter relacionamentos mais maduros, ancorados em uma visão realista.
Opinião
Gilmar Marcílio: os bons e os maus
Porque ninguém, absolutamente ninguém, é esse bloco maciço de virtudes ou de defeitos
Gilmar Marcílio
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