Todos glorificam a vitória. Poucos lembram de admirar o esforço que faz com que os persistentes alcancem seus objetivos. Aqui não me refiro especificamente a algo ligado à competição, ao esporte. Antes, penso em toda a mobilização mental que é exigida para sair do fundo do poço e voltar a respirar novamente com serenidade, depois de alguma crise. Qualquer tipo de dependência, seja ela de ordem física ou psíquica, reduz a vontade a quase nada. O que se quer é apenas um pouco mais daquilo que nos traz alívio momentâneo. Medicamentos, sexo, jogos, drogas, paixão. Tanto faz. A verdade é que ficamos presos nestas armadilhas. Não conseguimos mais dizer não a respeito do que, enganosamente, nos parece essencial para continuar vivendo. E é nesse momento que a maioria se vê isolada, perdendo o apoio de amigos e da família. Num mercado que idolatra os seres bem-sucedidos, esquecemos de estimular o comprometimento dos que seguem adiante, mesmo sentindo o esgarçamento da existência. É como se os músculos estivessem se rompendo e, mesmo assim, fosse imperativo seguir.
Opinião
Gilmar Marcílio: o centro do meu mundo
Precisamos comprometer nossa mente, empenhando-a na busca do que há de melhor