Por mais que estejamos familiarizados com a sigla IA (Inteligência Artificial), levará um bom tempo ainda para que ela deixe de nos causar estranheza. Mesmo mergulhados no mundo virtual. Porém, até os mais resistentes, os que se aferram a velhas ferramentas acabarão, mais cedo ou mais tarde, tendo que capitular. Algumas operações que tornam a vida mais dinâmica só podem ser feitas pela internet. Para quem não está tão conectado, equivale a ter que aprender, tardiamente, um novo idioma. Até aí, o terreno parece ser relativamente seguro. Quase sempre há um adolescente próximo para nos salvar. Mas mergulhamos no assombro quando as criações tecnológicas parecem ter consciência (atenção: isso é bem diferente da autoconsciência, até onde se sabe um atributo exclusivamente humano). O que há bem pouco tempo parecia ficção, adquire ares de normalidade. Contenho meu medo diante dessa possibilidade. Procuro ser pragmático, sabendo que é uma luta em que nos defrontamos com gigantes. A derrota é certa. Até porque poderão surgir dessa "estranha" realidade aspectos positivos. Esperemos para decretar o fim do mundo. Perigoso ninguém diz que não é, e questões éticas permeiam descobertas dessa ordem. Experts da computação dão como data para o surgimento desses "seres" no mercado daqui a três, quatro décadas. Melhor encurtar o prazo. Basta ver tantos outros prognósticos tiveram que ser refeitos em virtude da rapidez com que nos deparamos com os avanços nessa área.
Opinião
Gilmar Marcílio: máquinas conscientes
Até quando seremos o centro dessa minúscula bola chamada terra?
Gilmar Marcílio
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