A semana foi agitada e havia muitos assuntos para abordar neste espaço. Um deles, sem dúvida, seria mais essa demonstração de birra infantil da turma woke com a apresentação bizarra na abertura dos jogos olímpicos de Paris claramente satirizando a Santa Ceia: exigem respeito e tolerância enquanto desrespeitam e tiram sarro dos símbolos cristãos. Contudo, e felizmente, essas tentativas de legitimação pela afronta e a hipocrisia de só atacar o cristianismo estão finalmente dando sinais de cansaço. Não impressionam mais ninguém realmente relevante e inovador, não convencem mais ninguém, e em breve serão relegadas ao ostracismo, como todas as coisas desimportantes para o progresso da humanidade.
O que me deixa pasma é o tanto de espaço na mídia, o tanto de debate, de “estudo” e de “análise” que dedicam a coisas que no fundo não têm impacto algum na vida real. No meio dessa esculhambação que é o mundo moderno e seu inexorável jogo de forças e interesses que o acompanha, parece que se perdeu definitivamente a noção do que realmente é essencial, urgente e vital numa sociedade. E nada é mais significativo hoje do que cuidar do futuro.
Há poucos dias, o canal Fox News, dos Estados Unidos, publicou uma pesquisa sobre as percepções dos entrevistadores com relação aos jovens que estão agora ingressando no mercado de trabalho. Após a entrevista para o primeiro emprego, constatou-se que 53% dos candidatos apresentou dificuldades de olhar o entrevistador nos olhos nas entrevistas presenciais, e 21% se recusou a ligar a câmera nas entrevistas online. Por que essa geração sente tanta insegurança ao interagir com outras pessoas? Por que essa incapacidade de manter contato visual? Qualquer psicólogo pode atestar que, quando uma criança ou um adolescente desvia o olhar, não se trata só de mera timidez, mas de um sintoma de extrema ansiedade social.
A ansiedade inclusive talvez seja a razão pela qual uma menina de 16 anos, filmada em São Paulo dentro de uma padaria por outras adolescentes, simplesmente não consegue pedir um pão ao atendente. A garota, constrangida, relata no vídeo que sente medo e insegurança para executar uma tarefa banal do dia a dia porque isso requer interagir com desconhecidos. Este vídeo foi divulgado na rede X, e nos comentários vários “adultos” passaram a criticar e xingar a adolescente de mimada, esquisita, ignorando o fato de que há apenas quatro anos ela estava — assim como milhões de crianças — presa dentro de casa por causa da pandemia, impedida de exercer o necessário convívio social.
Enquanto adultos se ocupam de irrelevâncias e se comportam como crianças birrentas em debates inócuos, quem está realmente cuidando do bem-estar das nossas verdadeiras crianças e dos nossos jovens? Quem está ajudando essa geração e se importando de verdade com os efeitos nefastos do isolamento social que uma geração inteira viveu? Praticamente ninguém, pelo visto. Ao menos na mídia, nosso futuro virou coadjuvante de um espetáculo horrendo de adultos infantilizados.