Sigo impactada pelas mortes das crianças em Blumenau na semana passada. Quando o fato ocorreu eu estava em meio às crianças, também numa escola infantil que também corriam pelo pátio. Crianças da mesma idade que se misturavam ao sol de outono. Um dos pequenos me chamava para ver um besouro, tão comuns nesta estação, impressionado com a corpulência do inseto. Atravessamos uma manhã entre sorrisos, brincadeiras, escorregador e passarinhos cantando. Ali, naquele lugar preservado, as crianças ensaiam seus primeiros equilíbrios. Se desafiam na conquista do espaço dentro do grupo. Lidam com a frustração de se verem separados, mesmo que por apenas algumas horas, das pessoas queridas, que precisam trabalhar. Aprendem a nomear os afetos. Compreendem os sentimentos. Desenvolvem a capacidade de formar vínculos e acima de tudo, descobrem que podem sonhar. É nas brincadeiras protegidas que nossas crianças se lançam ao futuro. Um futuro que se mistura ao azul do céu, ao verde da natureza ao redor e nos braços acolhedores de quem escolheu a educação como meio de vida.
Tragédia
Opinião
Para entender esse inominável horror
Precisamos olhar para os inícios se desejamos que os dias sejam menos sombrios
Adriana Antunes
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