Quando você se olha no espelho, quem vê? Quantas vezes não nos reconhecemos. Quantas vezes por segundos, de relance, temos uma sensação esquisita de não reconhecer o próprio reflexo. Mario Quintana já dizia em seus versos, quem é esse que me olha tão profundamente, longamente, distante, ausente, estranho. Somos estranhos de nós mesmos. Estrangeiros silenciosos que chegam de uma longa viagem interna e de repente, sentam-se conosco, na mesma cadeira. Somos o que aparece na brecha do tempo, no reflexo do espelho, o entremeio da fala. Somos aquele que fala e diz, mas o que eu estou falando, de onde veio isso? Somos o ato falho. Somos esse outro que nos habita e temos medo.
Reconhecimento
Opinião
Na verdade, somos muito
Poderíamos reatualizar a pergunta e dizer: espelho, espelho meu, quem sou eu?
Adriana Antunes
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