Amar é um outro jeito de dançar. Não importa a música, o ritmo ou a sapatilha. Alguns dançam de olhos fechados, porque de tanto tempo juntos já conhecem o compasso do outro. Uns dirão que amar assim é mais do mesmo. Mas na verdade é preciso amadurecer muito para viver um amor tranquilo. Outros dançam de olhos abertos, mirando a passada, cuidando para que o bailado não pese, porque amar é sustentado por uma dupla que sabe o quanto desejar e ser desejado são as asas de um mesmo pássaro. Então, de quando em quando se olham, conversam pelo olhar, sorriem, se oferecem flores, se entregam aos abraços. Se desconhecem também, porque conhecer uma pessoa profundamente é desconhecer o conhecido. É estranhar mesmo depois de anos juntos e mesmo assim continuar amando. É suportar a mudança de pele. Envelhecer juntos é observar a troca de pele do outro. Ver descamar. Acompanhar na espera e na presença. É descamar também. É aceitar o novo no velho e descobrir que o velho é a casa da alma de quem já muito andou. Atravessado pelo tempo mostra suas marcas e cicatrizes, afinal, nenhum amor é imune a cicatrizes, mas que elas nunca foram grilhões. Pelo contrário, contam de uma história que é impregnada de cotidiano.
Ritmo
Opinião
Amar é voar nas asas de uma libélula
Se o amor é uma espécie de dança, então ele dá passagem para a compreensão, entendimento, vida,
Adriana Antunes
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