Dias atrás, ao final de uma sessão analítica, me peguei pensando sobre a imponente frase “amar ao próximo como a ti mesmo”. Que coisa difícil. Amar o outro é um desafio quase impossível e amar a si mesmo é de um patamar que beira o utópico. Primeiro porque não conhecemos e, talvez nunca venhamos a conhecer, verdadeiramente, o outro. Segundo, não sabemos quem somos e nem quem podemos ser. No entanto, virou moda dizer e ouvir que devemos nos amar, nos perdoar, nos aceitar como somos. Eu mesma me pego em debate interno sobre a (in)capacidade de amar a mim mesma. Mas há inúmeras pessoas que pregam essa prática como se fosse fácil de realizar. E esquecem (ou desconhecem) que amar a si mesmo é tão complexo quanto tentar enxergar a própria nuca. Ou seja, amar algo que sabemos que somos nós, mas nunca vimos. Somos estranhos de nós mesmos. Amar a si mesmo é amar o estranho que nos habita. Só que o estranho nos causa medo, angústia. Todo estrangeiro é um desconhecido. Haja coragem para amar o que desconhecemos em nós, pois nunca, nunca teremos controle sobre os inúmeros eus.
QUE COISA DIFÍCIL!
Notícia
Amar a si mesmo
Haja coragem para amar o que desconhecemos em nós, pois nunca, nunca teremos controle sobre os inúmeros eus
Adriana Antunes
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