Ora, ora, como resistir a um pedaço de pizza que sobrou do meio dia? Como não comer um pouco a mais daquele prato delicioso de macarronada ou aquele pedaço de pão fresquinho, crocante e ainda quente que acabou de sair do forno (ou da padaria)? Comer é uma das melhores coisas do mundo. Eu adoro. O problema é quando comemos junto nossas angústias e ansiedades. Sim, eu sei que uma folha de couve não irá aplacar nossa tristeza, um maço de espinafre não irá conter nossa raiva, bem como uma caixa de bombons não nos fará sentir melhor depois de uma discussão. Mas comemos para compensar o emocional. Isso é fato. E enquanto escrevo ouço uma voz que deve ser comum a quem me lê, dizendo, não me julguem. Nós mesmos nos julgamos na sequência. Somos extremamente severos com nossos deslizes alimentares. Prometemos que não iremos mais compensar dor com doce de leite, paçoca e pipoca doce. Podemos até nos perguntar: por que não consigo aliviar uma decepção amorosa comendo um brócolis? Ou enfrentar um problema de trabalho comendo uma cenoura? Da mesma forma que nos empanturrar de bolo formigueiro não nos fará mais felizes. Mas por que sentimos fome quando não estamos bem emocionalmente? Porque talvez desde pequenos tenhamos aprendido a barganhar o mundo usando nossas emoções. A comida proporciona uma sensação de prazer, de satisfação e até de conforto. O problema é que comemos para fugir do estresse ou do tédio, da tristeza e até da alegria. Mas a mágica não se dá, porque logo depois continuaremos nos sentindo desamparados e pior, com culpa por ter comido a mais. Então descobrimos que a comida sozinha é incapaz de nos fazer sentir melhor. Mas isso só dura até o próximo pote de sorvete.
Alimente suas emoções
O lado mais profundo do desejo de comer
O problema é que comemos para fugir do estresse ou do tédio, da tristeza e até da alegria
Adriana Antunes
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