A investigação do crime de feminicídio ocorrido em Frederico Westphalen em 16 de janeiro, concluiu nesta quinta-feira (30) que o suspeito cometia uma série de crimes violentos contra a vítima, com ameaças constantes e episódios de tortura.
Ângela Stratmann, 35 anos, foi encontrada morta na varanda de casa. O principal suspeito é o marido da vítima, um homem de 40 anos. Ele foi localizado em Santa Catarina no dia 21 e segue preso.
Provas obtidas na investigação apontam um "histórico de violência" contra a mulher. Conforme o delegado Jacson Oiliam Boni, no dia do crime, além de ser torturada, a vítima foi obrigada a gravar a si mesma sendo agredida e sofreu agressões severas que resultaram em hemorragia intracraniana e em sua morte.
Após o crime, o investigado teria tentado induzir testemunhas e autoridades ao erro, alegando falsamente um acidente automobilístico.
— Desde a prisão preventiva, o investigado permanece sob custódia, reforçando o compromisso da Polícia Civil no combate à violência contra a mulher e na busca pela justiça. O encerramento desse inquérito reafirma a dedicação em garantir a segurança da sociedade e a responsabilização daqueles que cometem crimes graves, para que crimes desse tipo não voltem a ocorrer — disse o delegado.
A Polícia Civil indiciou o homem pelos crimes de feminicídio, tortura, lesão corporal grave, fraude processual e desobediência. Se condenado, poderá cumprir pena de 26 a 54 anos de reclusão.
Histórico de violência
O suspeito já havia sido detido em 2022 pelo crime de tortura contra a mesma mulher, mas foi solto no final de 2023. Os dois voltaram a conviver depois da liberdade dele.
Com a investigação, a Polícia Civil identificou um novo episódio de violência grave ocorrido em dezembro de 2023, que não havia sido registrado em delegacia.
À época, a vítima sofreu cortes por arma branca e precisou ser internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após uma cirurgia de emergência para conter uma hemorragia interna. A agressão também teria sido causada pelo marido.
De 1º a 30 de janeiro de 2025, o Rio Grande do Sul registrou nove feminicídios. Desses, quatro foram registrados na Região Norte.