A terça-feira (12) marca um ano desde a morte do empresário Ivo Giacomelli, em Carazinho, no norte gaúcho. O homem foi morto aos 58 anos com golpes na cabeça depois de ser abordado em sua própria casa. Sem avanço na investigação, a família cobra respostas das autoridades.
O mercado que Giacomelli era proprietário e fica ao lado da casa onde o crime aconteceu agora é gerenciado pela viúva, Bernadete, e a filha, Patrícia, 22 anos. Desde o assassinato, elas decidiram deixar o imóvel e colocaram a casa à venda. Ainda assim, vão todos os dias até o bairro Cantares para trabalhar.
— Tudo está diferente, a gente já não mora mais nessa casa, a gente trabalha por necessidade e é muito complicado. A nossa família está extremamente devastada — relata Patrícia, emocionada.
Olhar para a casa faz com que a viúva Bernadete relembre o que aconteceu naquela noite. Ela estava com o marido na noite do crime e não sofreu violência física, mas testemunhou todas as agressões.

— Eu lembro tudo, tudo o que aconteceu. Não tem como esquecer um horror daqueles... o grito do meu marido... não tem como esquecer. Aquela noite foi tão horrível que não foi só o Ivo que morreu, eu morri também. Uma boa parte de mim tá morta com o Ivo.
Giacomelli estava com a esposa em sua casa quando foi surpreendido por criminosos na noite de domingo, 12 de março de 2023. Ele foi rendido na garagem, agredido e levado até o segundo andar da casa, onde foi morto. Uma camionete foi roubada, mas dias depois a polícia encontrou o veículo no interior de Carazinho.
À época, o delegado Leandro Antunes, responsável pelo caso, disse em entrevista que a linha de investigação trabalhava com a possibilidade de latrocínio. Porém, alguns pontos causavam estranheza à polícia, como o fato do corpo da vítima estar molhado, "como se tivesse sido lavado", apontou o delegado. O local não tinha torneiras ou água.
Outro fato foi que muitos objetos de valor que, normalmente seriam levados em um latrocínio, foram deixados na casa, o que afasta a hipótese de roubo seguido de morte.
Como está a investigação
Para avançar no caso, a Polícia Civil solicitou perícias na casa e na camionete Amarok do empresário. Conforme Antunes, responsável pelo caso, foram feitos os procedimentos para coletar material biológico e sangue, mas novos laudos devem apontar se o material recolhido é sangue humano e se há DNA para confronto ainda não foram entregues.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP), que é responsável pelo trabalho, informou que concluiu e entregou sete laudos referentes a esse caso à Polícia Civil até julho de 2023. Todavia, nenhum destes documentos é da solicitação de análise para confirmar se o material biológico é sangue humano e confronto de DNA.
Em meio a esta situação, a investigação pouco avançou. Mesmo assim, a família de Ivo espera por respostas.
— Eu só quero justiça para seguir e sentir paz no meu coração, porque não tem como ter paz sabendo que o meu marido foi morto como se fosse um animal. Todo chutado, todo quebrado — pede a viúva.
Colaborou Alessandra Hoppen.