Passo Fundo está entre as 23 cidades que concentram 85% dos índices de violência e criminalidade do Rio Grande do Sul. O primeiro trimestre de 2023 tem o maior número de homicídios comparado ao mesmo período dos últimos dez anos. Só em março foram 12 homicídios, quatro vezes mais que em 2022, onde foram registrados três.
Os dados fazem parte da estatística do Programa RS Seguro, da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Com o objetivo de focar em ações de combate à criminalidade, autoridades policiais de Passo Fundo participaram, nessa terça-feira (28), de duas reuniões do Programa, desenvolvido pelo Governo do Estado. Comandantes da Brigada Militar e delegados da Polícia Civil analisaram estatísticas e iniciaram planejamentos de ações no município.
O RS Seguro existe desde 2019 no Estado e teve uma mudança a partir deste ano, dividindo as cidades por territórios. Em Passo Fundo a reunião foi a primeira do chamado grupo A4, com a mudança de parâmetro. O objetivo foi focar em operações e ações conjuntas de combate à criminalidade, entre as forças de segurança, com apoio de outros órgãos como Instituto Geral de Perícias (IGP), Corpo do Bombeiros e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Prevenir e reprimir práticas criminais
Segundo o Delegado Regional da Polícia Civil, Adroaldo Schenkel, a meta é trabalhar com operadores da ponta, tanto da PC como BM, que foquem diretamente nos problemas de uma determinada área e, em conjunto com os órgãos de inteligência, definam locais, ações, diligências e operações conjuntas para reprimir e prevenir novas práticas criminais.
— Avaliamos a criminalidade, indicadores, por tipo penal, por área de incidência e planejamos ações para combate, prevenção e repressão dessa criminalidade. A regionalização da cidade certamente vai favorecer as ações — destaca Schenkel.
O delegado reforça que os índices de 2023 trazem alerta, devido ao salto comparativo com os três anos anteriores.
— A incidência de crimes nos preocupa. A partir dessas reuniões temos um trabalho integrado e focalizado, com o objetivo de identificar quem está cometendo estes crimes, tirar de circulação os autores, verificar se há alguma organização criminosa por trás de alguns deles, fazer prevenção e buscar segurar esses números.
Schenkel explica que as equipes também foram divididas em duas áreas: ISP1, área da 1ª Delegacia de Polícia, que vai da Av. Brasil, no sentido da rua Morom e ISP2, da Av. Brasil, no sentido da rua Paissandu.
Divisão territorial leva em conta critérios técnicos como a criminalidade
O comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO Planalto), tenente coronel Cilon Freitas da Silva, reforça que a partir da divisão territorial do município em duas áreas, acontece um refinamento das análises e, por consequência, das ações.
— Com essa divisão trabalhamos diretamente com quem está na ponta das operações, comandantes dos esquadrões e delegados da Polícia Civil de cada área conversam entre si para chegar a uma análise mais apurada do que está acontecendo naquele território. Há uma sintonia ainda maior no campo da integração que, estando mais fortalecida, pode trazer um resultado ainda melhor na segurança pública.
De acordo com o comandante, estão sendo analisados pontos de população, distribuição de delegacias e companhias da BM, observando critérios técnicos, levando em consideração bairros, área, população e criminalidade em cada local e desta forma é possível fazer uma análise mais apurada e ações mais contundentes.
— O Programa RS Seguro traz foco de atuação. Os principais crimes são analisados, em conjunto com outros órgãos da segurança, fazendo com que todos direcionem esforços para combater os crimes que mais preocupam. Gráficos em tempo real que nos mostram as áreas de maior atenção, além dos crimes violentos como homicídios, temos o furto de veículos em Passo Fundo, que é cidade polo e tem acessos e saídas que favorecem essa prática delituosa. O RS Seguro nos traz ferramentas de análise georreferenciais para que possamos focar no emprego do policiamento em locais onde já mais incidência.
Nenhum roubo a veículo desde o começo do ano
O comandante do 3º RPMon da BM, tenente coronel Marco Antônio dos Santos Morais, lembra que mesmo com o aumento de alguns índices, é preciso levar em conta indicadores controlados, como o roubo a veículos.
— No primeiro trimestre de 2022, foram registrados 11 roubos de veículos. Já no mesmo período de 2023 nenhum roubo de veículo foi registrado. Nós brigamos contra os números. Estamos trabalhando diuturnamente para controlar a segurança na cidade de Passo Fundo — ressalta.
GZH Passo Fundo
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