
As tendências do mercado da carne foram discutidas na tarde de terça-feira (11) durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. As palestras do 3º Fórum da Carne, discutiram o uso de tecnologias, genética, nutrição e manejo da pecuária de corte.
O engenheiro agrônomo Roberto Barcellos, um dos palestrantes, alertou para escolhas dos produtores que podem potencializar a produção e, por consequência, os lucros da propriedade rural.
— As pessoas se confundem achando que abrir mão do uso da tecnologia barateia a produção. É o contrário: usar tecnologia vai fazer você produzir mais e baixar os custos. Criamos uma demanda no mercado brasileiro e, hoje, temos dificuldade de atender essa demanda pela oferta diminuída. Produzir carne de qualidade custa mais caro do que produzir commodity — disse.
O médico veterinário e gerente técnico regional da Tortuga, Eduardo de Avila Madruga, abordou o projeto que desenvolve nos estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso para aliar a pecuária com a agricultura de precisão. Segundo ele, é possível verticalizar a produção e otimizar o uso da terra também na criação de gado.
— Assim como tem a soja e o milho, temos a "lavoura de carne", que pode ser uma opção de renda muito importante para aqueles produtores que, às vezes, estão só na agricultura. E para aqueles da pecuária, é sim uma forma de se ganhar mais dinheiro que a pecuária tradicional — afirma.
Nos próximos anos, o aumento do preço do terneiro deve repercutir no preço do boi. A estimativa é que a alta se concentre em 2026, segundo a médica veterinária e economista Lygia Pimentel, sócia-fundadora da Agrifatto.
— Isso significa que há uma grande oportunidade ainda de produzir animais para serem oferecidos a partir do ano que vem. Está na mão do pecuarista conseguir enxergar depois de dois anos e meio, três anos, de margens ruins, preços caindo e desafios produtivos, burocráticos e regulamentares — disse.