Por Maximiliano Ledur, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro
A última edição da pesquisa “Retratos da Leitura”, realizada pelo Instituto Pró-Livro, com apoio da Câmara Brasileira do Livro, mostrou que mais da metade da população não tem o hábito de ler livros. Foi a primeira vez que chegamos a esse índice, atualmente de 53%, de pessoas que não leram sequer parte de uma publicação, impressa ou digital, de qualquer gênero.
Descentralizar o acesso à literatura é escrever novas páginas para vidas melhores
Na região Sul, embora seja a única ainda com maioria de leitores, esse número caiu em relação à última edição, de 58% para 53%. São evidências que reiteram o desafio de levar a literatura para perto das pessoas, fomentando esse hábito benéfico para tantas dimensões da nossa vida.
Aproximar o livro da população exige, também, descentralizar o acesso à cultura, dando oportunidades para que diferentes públicos interajam com essa arte, além de valorizar e estimular os talentos locais. Razões que nos movem para realizar, entre os dias 10 e 12 de abril, a primeira Feira do Livro da Restinga.
Nossa tradicional Feira do Livro, que há sete décadas propicia o encontro entre leitores, autores e obras na Praça da Alfândega, agora estará pela primeira vez em um dos maiores bairros da Capital. A programação tem o apoio do Ponto de Cultura Africanidades e integra o Abril Livro, mês de incentivo à literatura.
O objetivo era realizar o evento no ano passado, mas, com as chuvas e a enchente, tivemos de adiá-lo para este abril. Será uma grande oportunidade para aproximar os livros e seus autores da população, especialmente os mais jovens, estimulando a cultura como uma força de expressão da cidadania.
Convidamos toda a população da Restinga e Extremo Sul para estar conosco – e agradecemos aos nossos parceiros para realizar este evento histórico. A Feira do Livro de Porto Alegre segue firme em seu objetivo de fomentar a leitura como um hábitat natural para a imaginação, a educação e o desenvolvimento intelectual e criativo. Descentralizar o acesso à literatura é escrever novas páginas para vidas melhores.