O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu que o migrante deportado por engano para uma prisão salvadorenha pertence à gangue MS-13, horas antes do prazo para sua repatriação, determinada por uma juíza, expirar.
"Alguém disse que ele é membro da MS-13 e não do Tren de Aragua", disse o presidente americano a repórteres a bordo do Air Force One na noite de domingo.
"A MS-13 é uma organização muito ruim, talvez tão ruim" quanto o Tren de Aragua venezuelano, acrescentou, sem mencionar o nome do migrante.
Trata-se de Kilmar Armando Ábrego García. Na sexta-feira, a juíza federal Paula Xinis ordenou que o governo Trump o repatriasse porque ele tem direito ao "devido processo legal segundo a Constituição e os estatutos de imigração aplicáveis" nos Estados Unidos.
Ele foi preso "sem base legal" em 12 de março e expulso três dias depois sem "justificativa legal", afirmou a magistrada.
O salvadorenho vivia nos Estados Unidos sob status legal protegido até ser transferido para El Salvador junto com centenas de outros supostos membros de gangues em 15 de março.
Em 2019, durante o primeiro mandato de Trump, ele foi acusado de ser membro de uma gangue, mas não foi condenado por nenhum crime e um juiz o impediu de ser deportado porque ele corre perigo em seu país de origem. Ele é casado com uma americana.
O Departamento de Justiça reconheceu que Kilmar Abrego García foi deportado devido a um "erro administrativo".
Em um documento de 22 páginas divulgado no domingo, a juíza manteve a sua decisão e rejeitou um pedido dos advogados do governo Trump para suspender a ordem de repatriação enquanto um tribunal decide sobre o recurso.
* AFP