Por Laís Machado Lucas, advogada e professora da PUCRS
Com a expansão do uso da Inteligência Artificial nos mais diversos setores da economia, o temor avança: será que empregos serão substituídos por robôs? Posso dizer que, no mercado imobiliário, a conversa é diferente e aposto que ocorrerá o oposto. Explico os porquês.
No Brasil, a média de tempo para se transacionar um imóvel é de 16 meses. A mesma jornada nos EUA, a título de comparação, é de quatro meses. O fato é que a demanda por imóveis no País é constante e, por conta do excesso de burocracia e da falta de dados estruturados, muitas transações são adiadas. O desafio para aumentar a velocidade das transações imobiliárias no Brasil passa por organizar os dados do setor e reduzir a burocracia.
E é aí que entra a IA: em vez de substituir o corretor, ela vem para agregar valor ao trabalho dos profissionais e das imobiliárias. Vejo algumas formas como as ferramentas de IA podem acelerar negócios no setor imobiliário:
Hoje, é possível ter acesso e produzir informações em segundos com ferramentas baseadas em IA. Pela tela do celular, o corretor pode simular financiamentos, comparar preços e até obter aprovação de crédito.
Com a IA, plataformas de marketplace conseguem entender preferências subjetivas dos compradores
Com uma vasta base de dados, a IA consegue prever com maior exatidão o valor de um imóvel, levando em conta fatores como o histórico do mercado e as características específicas da propriedade. Isso não só traz mais transparência e segurança, mas também aumenta as chances de fechar negócio.
Com a IA, plataformas de marketplace conseguem entender preferências subjetivas dos compradores, como o estilo do imóvel ou características visíveis em fotos. Um corretor pode descrever as necessidades do cliente por texto ou áudio, e a IA sugere imóveis que atendem essas demandas, acelerando o processo de busca.
Com tecnologia, contratos são concluídos mais rapidamente, acelerando um mercado que já movimenta R$ 250 bilhões ao ano — e que pode crescer muito mais. Corretores e imobiliárias farão mais negócios. E os consumidores precisarão esperar menos tempo para realizar o sonho do novo lar.