Por Artur Lemos, secretário-chefe da Casa Civil do governo do RS
Nações referência em desenvolvimento, admiradas como modelos, decidiram projetar o futuro: onde e como querem estar em 10, 20 ou 30 anos. Na semana do South Summit Brazil, no Rio Grande do Sul, vivemos um paradoxo: discutimos inovação, mas ainda precisamos debater como melhorar a qualidade das nossas rodovias — algo que já deveria estar consolidado.
Após sete anos de avanços, a atual gestão propõe olhar adiante. No entanto, sempre há resistência ao progresso que o Estado merece. O debate democrático é saudável, porém ser contra por princípio é improdutivo. O gaúcho se orgulha de sua terra, mas muitas vezes hesita em apostar nas soluções, preferindo reclamar. É a velha síndrome do caranguejo, que impede avanços e desqualifica boas iniciativas.
A recente catástrofe ambiental mostrou que, unidos, somos mais fortes
As concessões de rodovias são exemplo disso. Estradas duplicadas e bem conservadas trazem inúmeros benefícios. Concessões garantem infraestrutura de qualidade e liberam recursos públicos para áreas essenciais. E a opinião pública entende isso: 94,5% reconhece que boas rodovias impulsionam o desenvolvimento, e 77,7% prefere pagar pedágio por mais segurança do que trafegar em estradas ruins.
A recente catástrofe ambiental mostrou que, unidos, somos mais fortes. Fomos além da resiliência e nos tornamos antifrágeis: saímos melhores das dificuldades.
Esse é o caminho. Investir hoje é garantir um futuro estruturado. Não podemos demorar. O que não pode acontecer é, no futuro, percebermos que poderíamos estar muito melhor se tivéssemos agido antes.
Parafraseando Tadeu Barros, do Centro de Liderança Pública (CLP): “a nossa paixão pelo futuro deve ser muito maior do que o orgulho pelo passado”. Isso diz muito sobre nós, gaúchos. É hora de escolher: queremos um Rio Grande preso ao passado ou um Estado moderno, eficiente e próspero?