Por Raphael Lafetá, diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Grupo MRV&CO
Hoje em dia, raramente um operário passa pela construção civil sem ter uma oportunidade de elevar o nível de aprendizado e/ou qualificação. A maior prova é que apenas 0,59% dos profissionais formais atuantes no setor se declaram analfabetos – conforme consta na Relação Anual de Informações Sociais (Rais 2021), dado oficial mais recente.
Mérito das políticas públicas, mas também do esforço por parte das empresas, que trouxeram para si esta responsabilidade. Com o apoio de sindicatos e de entidades da sociedade civil, tiraram o setor do topo da lista das atividades com maior número de mão de obra analfabeta.
O desafio abrange cerca de 700 funcionários ainda sem nenhum grau de instrução
Atualmente, segundo a Rais, a construção é a quinta desse ranking em números absolutos. Na frente estão os setores de serviços (61 mil trabalhadores analfabetos), indústria (44 mil), agropecuária (32 mil) e comércio (16 mil). Ainda assim, existe um universo de mais de 13 mil trabalhadores que merecem atenção especial para finalmente equacionarmos essa triste realidade.
O fortalecimento da agenda ESG por parte das empresas e o processo acelerado de inovação tecnológica que vive o setor aceleram os passos neste caminho.
Metas ambiciosas, alinhadas aos ODSs da ONU, têm sido assumidas por grandes companhias – que servem de referência e encorajam as demais a fazerem o mesmo. A MRV& CO, por exemplo, tem a meta de zerar o número de analfabetos em seus canteiros de obras. O desafio abrange cerca de 700 funcionários ainda sem nenhum grau de instrução. Para tanto, a empresa conta com o projeto Escola Nota 10, que já soma mais de 4,8 mil trabalhadores letrados em 10 anos. Só em 2022, a companhia criou 34 escolas próprias com essa finalidade.
Uma mostra do quanto o setor tem levado a sério essa questão e conquistado resultados altamente transformadores. A alfabetização e o ensino, sem dúvida, são passos primordiais no desenvolvimento da humanidade. Cabe a nós, portanto, enaltecer os bons exemplos que temos para que sirvam de inspiração a todos.