Roberto Rachewsky, empresário
A primazia da consciência sustentou tanto o misticismo religioso, que resultou na Idade das Trevas, quanto o misticismo secular, com suas ideologias desumanas e niilistas, como comunismo, fascismo e nazismo, cujas consequências foram, entre outros horrores, o Holodomor e o Holocausto.
A primazia da realidade, com sua objetividade, produziu a Renascença, o iluminismo, o liberalismo e o capitalismo, desbravando os caminhos para a Revolução Industrial, o florescimento individual e a prosperidade dos indivíduos e suas sociedades.
No século 20, o pós-modernismo iniciou um assalto à linguagem para destruí-la como instrumento de cognição. Impedir que a nossa consciência se relacionasse objetivamente com a realidade, transformando-nos de seres conceituais em animais perceptuais, incapazes de formar integrações válidas e abstrações verdadeiras, sempre foi seu objetivo.
Ninguém tem o direito de impor coercitivamente sua visão, nem suas razões, aos demais
No século 21, vivemos a era da inconsciência e da negação da realidade. Perdemo-nos em discussões sem sentido, absurdas e irracionais. Entre elas, as sobre políticas de identidade de gênero e sobre o sistema social que devemos seguir.
Sociedades nas quais a consciência tem primazia sobre a realidade não encontram a paz social. O subjetivismo mina o entendimento social e estimula o conflito. Vejam o que ocorre nos banheiros femininos ou nas competições entre mulheres, a presença masculina produz constrangimentos, abusos criminosos e manifestações de sadismo, com espancamentos covardes e derrotas humilhantes em disputas desiguais.
Não importa o que diz a nossa consciência sobre o nosso ser, se esta não estiver ancorada na realidade objetiva, é uma abstração flutuante, sofista e fraudulenta.
Em termos sociais, cada um pode ter sua própria visão da realidade e do seu próprio ser, mas ninguém tem o direito de impor coercitivamente sua visão, nem suas razões, aos demais.
Na política em geral, muitos acusam o capitalismo pelas mazelas da sociedade brasileira. A realidade objetiva diz que não somos uma sociedade capitalista. Somos uma sociedade tipicamente fascista.
No capitalismo, não precisamos da permissão de ninguém para criarmos, mantermos e dispormos dos valores necessários para a nossa existência e a nossa felicidade. Quem depende da permissão estatal para criar, produzir, comerciar e consumir sob minuciosa regulação e asfixiante tributação, obedece a um regime fascista.
Quem diz ser o Brasil capitalista é um místico, como os homens que, para parecerem o que não são, se mutilam e se drogam tentando disfarçar a realidade, aparentando uma identidade que não é a sua.
Ou redescobrirmos a primazia da realidade, ou será o fim da civilização.