Roberto Rachewsky, empresário
A humanidade precisou de ideias poderosas para prosperar e homens com coragem para implementá-las. A mais importante das ideias é a que defende que precisamos ser livres para pensar e agir de acordo com nosso próprio julgamento. O exercício da liberdade é individual, implica em cada um fazer suas escolhas, assumindo a responsabilidade sobre suas próprias decisões. Sócrates, o grande filósofo grego, submetia todo tipo de ideia a questionamentos. Por isso, foi acusado de subversão e condenado à morte por decisão majoritária de um tribunal popular. Instado a fugir para o exílio, se recusou por acreditar na validade desse método decisório, conhecido por democracia.
O capitalismo, para ser concebido e posto em prática, exigiu o que parece nos fazer falta, boa dose de subversão cultural e homens corajosos
A aceitação da ideia fatalista e determinista de que a vontade majoritária deveria se sobrepor às inquietudes individuais, fez com que Sócrates renunciasse à própria vida. Poucas décadas depois, Aristóteles teorizou sobre o fato de os seres humanos serem indivíduos, dotados de consciência e livre-arbítrio para escolher pensar e agir por conta própria. Dois milênios mais tarde, John Locke tratou dos direitos individuais inalienáveis e da necessidade de um governo para protegê-los se uma sociedade quisesse prosperar. Anos depois, Thomas Jefferson, James Madison, entre outros, criaram os Estados Unidos da América, a primeira sociedade a reconhecer a soberania do indivíduo sobre a vontade da maioria, ao lançar as bases institucionais para que a livre iniciativa e a propriedade privada fossem protegidas da violência. Era o império da lei imposto por um governo destinado a defender o direito à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade. Nascia o capitalismo, cujos resultados positivos são autoevidentes.
Por que, então, nos submetemos ainda ao socialismo, cujas ideias só produzem miséria e genocídios, como nos prova a história? Onde estão os brasileiros corajosos para colocar o capitalismo em prática? Quantos Marcel van Hattem precisaremos para fazer a nossa Revolução Gloriosa, como fez o holandês William de Orange? Quem será o general capaz de liderar a nossa Revolução Americana, como fez George Washington? As ideias capitalistas não prestam para o Brasil? Ou há os que as rejeitam para poderem saquear quem cria e produz? O capitalismo, para ser concebido e posto em prática, exigiu o que parece nos fazer falta, boa dose de subversão cultural e homens corajosos.