Por Ubiratan Antunes Sanderson, deputado Federal (PSL-RS)
Mais do que atacar a operação Lava-Jato, o retrocesso no combate à corrupção certamente atingirá a economia brasileira. Quando empresários sem ética, em conluio com políticos sem escrúpulos, utilizam estratégias criminosas para beneficiar os próprios negócios, toda a estrutura econômica, financeira e mercantil do país sofre prejuízos sem dimensões. A deslealdade da concorrência praticada no Brasil afugenta investidores estrangeiros, que não aceitam ingressar num mercado sem competição honesta.
Mesmo impossibilitados de mensurar o valor exato da corrupção no Brasil, calculamos que esse rombo gira em torno de R$ 200 a R$ 400 bilhões por ano. O custo dessas transações indecorosas impede o crescimento do PIB e compromete o desenvolvimento do setor empresarial. Sem essas condições, o caos encontra espaço para se instaurar: a desconfiança explode, o desemprego sobe, a arrecadação tributária despenca, a prestação de serviços públicos básicos diminui, a pobreza aumenta e a paz nacional desmorona. Foi exatamente isso que ocorreu, por exemplo, na Venezuela dos governos corruptos de Chávez e Maduro.
Apesar das dificuldades impostas pelo STF, a CPI do BNDES, cuja vice-presidência é exercida por mim, está identificando o déficit bilionário que algumas empresas brasileiras causaram ao Tesouro Nacional em parceria com a gestão do PT: R$ 500 bilhões emprestados sem garantias idôneas de devolução.
Na semana passada, o STF criou uma regra casuística que assegura aos delatados o direito de apresentar alegações finais após os delatores, ou seja, a clara evidência de uma artimanha estapafúrdia para inocentar corruptos famosos. É um flagrante descarado para mostrar que o mais importante não é a prosperidade do país e nem a geração de emprego para a população, mas sim, dar prioridade às vontades políticas, ideológicas, partidárias, financeiras e particulares, alimentando um sistema vergonhoso que bloqueia o avanço da economia e sabota a nação brasileira.