Por Adão Villaverde, professor, engenheiro, deputado estadual (PT), foi secretário de C&T e do Planejamento do Estado e presidente da AL/RS
A prioridade de Haddad e Manuela será a retomada do Plano Nacional da Educação (PNE –Lei n° 13005/2014), porque o país levou anos debatendo metas e estratégias do ensino básico ao superior. Não vamos recomeçar do zero se já há um ponto de partida resultante da participação da comunidade educacional.
O PNE tem dois eixos fundamentais: a expansão e qualificação da educação básica e os avanços e ingressos no ensino superior/institutos federais, sejam públicos ou privados/comunitários, estes por meio do Prouni e do Fies.
No primeiro eixo, a Emenda Constitucional 59/2009 tornou obrigatória a formação dos 4 aos 17 anos, com a perspectiva de um ensino médio universalizado, rumo à escola de turno integral. Com um currículo humanizador, considerando a perspectiva da ciência, da cultura, da arte, da tecnologia e do mundo do trabalho.
No segundo, avançar num sentido amplo, inclusivo e democrático, com qualidade no ensino e na pesquisa científica, pois desta relação sistêmica entre a educação básica e a superior depende a construção do pensamento crítico.
Retomar o PNE com fortes investimentos do PIB no ensino e na pesquisa significará uma escola republicana, universal e com uma comunidade científica autônoma e soberana.
Já meu adversário votou pela Emenda Constitucional 95, que congela investimentos em educação e inviabiliza o PNE. Sua visão ameaça as políticas de acesso ao ensino, propõe educação à distância desde o fundamental que dessocializa crianças e adolescentes, acena com censura aos professores, atacando a liberdade de cátedra, representando um retrocesso no nosso pensamento científico, técnico e inovador.
E irresponsavelmente ensina as crianças a simular o uso de arma com a mão, enquanto Haddad elege o livro como um símbolo de seus compromissos para reconstruir um pacto de qualificação e expansão do ensino médio e apoiar o amplo acesso à formação superior.
Só com um genuíno presidente da educação construiremos uma Nação democrática, soberana, com desenvolvimento sustentável, segura e com emprego e renda.