Por André Pacheco, prefeito de Viamão
Na última sexta-feira, 15 de junho, foram divulgados os dados do Atlas da Violência 2018, um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Viamão foi apontado como o município mais violento do Rio Grande do Sul, com a soma das taxas de homicídios e de mortes violentas com causa indeterminada (MVCI) igual a 77,1 para cada 100 mil habitantes. O detalhe é que os homicídios fazem parte de uma série de variantes quando o assunto é segurança, tema de gestão multidisciplinar. A insegurança está instaurada no país de forma epidêmica, resultado de omissões no passado, sobretudo no que tange ao acesso à educação e ações de políticas públicas eficazes. De acordo com o próprio levantamento em análise, 62.517 homicídios foram registrados no Brasil, o que reforça a violência com um mal sem fronteiras.
Ademais, o relatório elenca sete fatores que contribuem para o desenvolvimento da segurança no longo prazo, como comprometimento dos gestores públicos, articulação de forças e atores sociais, gestão da segurança pública com base em pesquisas, controle de armas de fogo, criação de espaços de mediação de conflitos e repressão qualificada. No entanto, nenhum dos seis itens acima elencados é suficiente "para fechar a fábrica que produz criminosos", do que estruturar uma política de prevenção social, focada nos bairros que mais sofrem com a violência, sobretudo, junto a crianças e jovens, para que os mesmos possam obter um desenvolvimento sadio, acesso a educação e, posteriormente, oportunidades no mercado de trabalho. Ainda, de acordo com o Atlas da Violência 2018, metade dos homicídios acontece em, no máximo, 10% dos bairros das cidades. A problemática tem local, público e nós já os identificamos.
O brilhante físico Albert Einstein dizia que "insanidade é continuar fazendo sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes". Hoje, em Viamão, não fazemos mais as mesmas coisas do passado, visto o que colhemos no presente. Estudantes da rede municipal têm acesso a uniformes, merenda, transporte, supervisão da Patrulha Escolar e acesso a programas extracurriculares, como o Projeto Galera Curtição, Cidade Limpa, PIM e Criança Feliz, que garantem a permanência deles por mais tempo junto à comunidade escolar. As medidas emergenciais serão tomadas. No entanto, ações integradas de gestão, pautadas sob o pilar forte da educação é que trarão a segurança de forma plena.