Nesta semana, sob o título técnico de Regime de Recuperação Fiscal, a Assembleia Legislativa estará decidindo questões que afetam o cotidiano de cada um dos gaúchos, podendo alterar o destino de milhares de famílias para as quais a votação passa despercebida.
Depois de ganhar fôlego, suspendendo por liminar judicial o pagamento da dívida com a União, o Governo gaúcho coloca em votação na Assembleia Legislativa uma proposta para que as contas possam ser pagas pelos próximos três anos, ganhando mais algum tempo para promover medidas estruturais para colocar o Rio Grande de volta aos trilhos: um remédio amargo, mas absolutamente necessário.
O momento é de responsabilidade com todos os gaúchos e de coragem para enfrentar o que não foi feito até aqui.
Neste momento crucial podemos buscar culpados, tentar terceirizar a responsabilidade para sucessivos governos que não enfrentaram a situação no seu devido tempo, que distribuíram privilégios para poucos em detrimento de todos, mas a verdade é que todos, populistas ou não, foram eleitos por nós, sociedade gaúcha, que fechou os olhos para números que gritavam de tão absurdos.
Ninguém pode prever o futuro com segurança, mas existem cenários que podem ser projetados.
A aprovação do Regime de Recuperação Fiscal dará tempo a este e aos próximos governos para enfrentar questões estruturais sem depender de uma liminar que pode cair a qualquer momento.
Por outro lado, votar contra o Regime de Recuperação Fiscal pode ter o efeito de abrir uma hemorragia de recursos. Ao invés de melhorar, a área da saúde teria mais hospitais fechados. Na segurança, hoje em grave crise, teríamos falta de combustível para viaturas, policiais sem perspectivas de receber salários.
Se não adianta buscar culpados no passado, teremos hoje deputados estaduais responsáveis pelo futuro próximo que virá, justamente em um ano onde devem prestar contas pelas decisões que tomaram.
O momento é de responsabilidade com todos os gaúchos e de coragem para enfrentar o que não foi feito até aqui.
Novos desafios virão.