A crise política atual decorre da alienação dos brasileiros. Sociedades mais politizadas fazem ajustes e reformas necessárias para evitar crises futuras. No Brasil, o domínio histórico do corporativismo patrimonialista-clientelista subordinou a máquina pública aos seus interesses e benefícios. Reformas radicais para mudar este quadro ficam reduzidas a medidas superficiais, ainda sujeitas às barganhas do "centrão". A sociedade, alienada sobre os aspectos conjunturais que construíram a situação atual, assiste a discursos populistas que procuram evitar a reforma da Previdência, fundamental para que a crise não seja ainda maior. A reforma política, que poderia qualificar a discussão sobre o novo Brasil, será uma maquiagem para eternização dos mesmos e da sua cultura política. A meta do déficit das contas públicas ficou ainda maior, apesar de reduções nos investimentos e em gastos com serviços essenciais. A ameaça do aumento da imensa carga tributária permanece.
Artigo
Walter Lídio Nunes: o que podemos fazer?
Vice-presidente da Associação Gaúcha das Empresas Florestais (Ageflor)
Walter Lídio Nunes
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