O estarrecedor relato do executivo responsável pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, revelando que o departamento da propina da empreiteira pagou aproximadamente US$ 3,37 bilhões (R$ 10,6 bilhões) a políticos, governos e servidores corruptos entre 2006 e 2014, dá uma dimensão da roubalheira perpetrada contra o povo brasileiro. Se for levado em conta que esse número se refere apenas aos recursos movimentados por uma empresa em financiamento de campanhas eleitorais, propinas, pagamento ilegal de obras e serviços no Exterior, dá para concluir que os prejuízos do país são incalculáveis, pois dezenas de outras organizações agiam de forma semelhante nas relações com os governos em todos os níveis da administração pública. O Grupo Odebrecht, fazendo jus à sua condição de líder entre os saqueadores, contabilizou detalhadamente os valores despendidos na compra de consciências, de votos e de decisões políticas dos traidores da pátria.
Editorial
A contabilidade do saque
Tudo indica que a contabilidade do saque reflete uma realidade que precisa ser corrigida, consertada e exorcizada pela punição rigorosa dos saqueadores.