Por Renato Paixão, diretor da VR Projetos e fundador do Movimento I.R. do Bem
Em abril, celebramos datas de grande relevância para a literatura infantil: o Dia Internacional do Livro Infantil (2 de abril) e o Dia Nacional do Livro Infantil (18 de abril). Ambas são celebradas no aniversário de dois grandes escritores — Hans Christian Andersen e Monteiro Lobato, respectivamente. Apesar da importância desses marcos, o Brasil ainda enfrenta desafios no acesso à leitura, já que 55% das escolas brasileiras não possuem bibliotecas ou salas de leitura.
O Brasil é um país não leitor — e não por acaso. E se somos aquilo que nos alimenta, ao compararmos as escolas públicas a um restaurante, os alunos que lá vão para se alimentar de cultura, muitas vezes se deparam com prateleiras vazias ou acervos limitados. Enquanto isso, continuam sendo atraídos pelos “fast-foods digitais”, através dos smartphones, que não fornecem quase nada de “valor nutritivo” para a mente. Tal cenário impõe uma restrição à imaginação, à empatia e ao pensamento crítico que as crianças cultivam por meio da leitura de livros. Ao imergir em uma narrativa, suas habilidades de vocabulário e compreensão textual são igualmente aprimoradas.
Ao contribuir com a doação de livros, criamos um ambiente mais igualitário e ampliamos as oportunidades educacionais para crianças de baixa renda de todo o país
É essencial criar oportunidades que estimulem o interesse pela leitura. Projetos como o Estante de Histórias, que doa estantes personalizadas com temas da literatura infantil e recheadas de livros novos para escolas da rede pública, desempenham papel crucial para despertar maior entusiasmo das crianças. O custeio do projeto é feito por meio da destinação de parte do Imposto de Renda de pessoas físicas e empresas e tem como objetivo fazer com que os livros alcancem um maior número de leitores.
Outros projetos, como o Book Truck, uma biblioteca móvel que percorre diversas regiões do país, levam o acesso de novos livros a escolas e comunidades. Aproximadamente 80 mil crianças são beneficiadas por edição do projeto, com acesso a um vasto acervo literário.
Investir em livros desde a infância não é apenas uma ação de curto prazo, mas um investimento no futuro do país. Ao estimular o gosto pela leitura desde cedo, estamos formando cidadãos mais comunicativos, criativos e críticos. Isso se reflete no mercado de trabalho, com o surgimento de profissionais mais capacitados em diversas áreas.
Ao contribuir com a doação de livros, criamos um ambiente mais igualitário e ampliamos as oportunidades educacionais para crianças de baixa renda de todo o país. Cada obra doada é uma chance de transformar vidas, ampliar horizontes e cultivar a criatividade de uma nova geração.