Após um longo período de espera, o governo federal anunciou que vai flexibilizar as regras de funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento, alterando os critérios iniciais que estabeleciam a presença de dois profissionais médicos por turno de trabalho em cada unidade.
Ao promover essa mudança, estabelecendo a presença de um único médico por turno de trabalho nas UPAs, o governo está promovendo uma infeliz contradição, na medida em que é sabido que, quanto mais profissionais estiverem envolvidos no atendimento à população, melhor será a qualidade, a presteza e a agilidade dos serviços.
Além disso, restringir o número de profissionais nas unidades de saúde é contraditório, visto que o governo afirma existir carência de médicos no Brasil, chegando a importar profissionais de outros países. A demanda por atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou consideravelmente nos últimos dois anos, tendo em vista o elevado nível de desemprego e a consequente dificuldade da população em manter seus planos de saúde privados.
Neste processo, as UPAs, com infraestrutura adequada e funcionando de acordo com o que foi planejado, podem representar um desafogo para as emergências hospitalares superlotadas que não conseguem mais atender à crescente demanda. O governo segue repetindo os erros de um passado recente, deixando a população mais carente e necessitada dos serviços básicos de saúde desamparada.
A Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) entende que a saúde é um valor intangível para proporcionar uma condição de vida mais humana e decente para todos os cidadãos. Por isso, a entidade acredita que os estabelecimentos de saúde necessitam de total dedicação dos governantes, para oferecerem seus serviços aos cidadãos da melhor forma possível.
Aplicar verbas na saúde é um investimento e não um gasto. Os governantes precisam estar cientes disso, pois, dessa maneira, vão contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Com este pensamento, a Amrigs sugere que os critérios de investimentos do poder público sejam revistos e a saúde se torne, efetivamente, uma prioridade.