Ainda que a situação política do Brasil não autorize o país a se colocar como paladino da democracia, é compreensível a resistência da chancelaria brasileira à transferência do comando temporário do Mercosul à Venezuela. Se a legitimidade do governo interino brasileiro suscita dúvidas, o autoritarismo de Nicolás Maduro é translúcido: ele reprime a oposição e a imprensa livre, mantém presos políticos e encastelou-se no poder de tal forma, que manipula o Congresso e o Judiciário para perpetuar-se. Diante do impasse, e para preservar o que restou do Mercosul, acéfalo desde o dia 1º, os dirigentes de países do bloco estão desafiados a encontrar uma saída democrática.
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